As doenças respiratórias foram, em 2018, responsáveis por 13.305, ou seja, 11,7% das mortes em Portugal. A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) responde por 2,5% da mortalidade em Portugal, e teve um aumento de 7,9% face a 2017. Na União Europeia a DPOC é a 7ª causa de morte.
Em 2021 as doenças respiratórias mataram cerca de 36 pessoas por dia, em Portugal, com 90% destas mortes a deverem-se ao consumo de tabaco, indicou José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.
A DPOC é uma doença pulmonar comum, prevenível e tratável que é caracterizada por persistência de sintomas respiratórios associados a obstrução do fluxo de ar aos pulmões. Os sintomas incluem: dificuldade respiratória; tosse; produção de muco (expetoração) e sibilos.
A principal causa da DPOC nos países desenvolvidos é o tabagismo, mas também pode ser causada pela exposição a longo prazo a gases irritantes, produtos químicos poluentes ou a fumo passivo.
O diagnóstico é feito através de espirometria, um exame simples que mede o fluxo de ar nos pulmões.
No Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, pela Fundação Portuguesa do Pulmão promove uma ação inédita de rastreios à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, com a realização de espirometrias gratuitas. O rastreio é realizado nas 18 capitais de distrito de Portugal Continental e, também, nos Açores e na Madeira, com o objetivo de detetar, de forma precoce, a presença de DPOC.
A ação de rastreio espirométrico, exame que não é comum realizar-se nas consultas de rotina, é dirigido a fumadores e ex-fumadores com uma carga tabágica de 10 unidades maço/ano, o que corresponde a fumar 1 maço por dia durante 10 anos, que apresentem ou não sintomas de dificuldade respiratória, tosse, falta de ar (especialmente durante as atividades físicas), chiadeira no peito, aperto no peito e tosse crónica produtiva, mas sem diagnóstico de doença.
A espirometria é um exame não invasivo que permite avaliar o funcionamento dos pulmões e dos brônquios e a sua realização demora cerca de dez minutos. Os resultados das espirometrias realizadas, neste rastreio serão enviados para a Clínica do Pulmão onde serão analisados por médicos pneumologistas.
A Fundação Portuguesa do Pulmão esclareceu também que no caso de diagnóstico de DPOC, os doentes poderão agendar uma consulta gratuita na Clínica do Pulmão, se assim o desejarem.
“Diagnosticar a DPOC de forma precoce permite que se inicie um tratamento adequado, evitando a progressão natural da doença. A Fundação Portuguesa do Pulmão sente o dever de trabalhar a este nível para alterar a epidemiologia da DPOC, alterando a mortalidade e morbilidade inerentes”, referiu o Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, citado em comunicado.