No imaginário e nas casas de alguns portugueses o Swift e o Vitara marcaram (e ainda marcam) presença. Por isso é com satisfação mas também nostalgia que se inicia o ensaio.
A Suzuki, nesta terceira geração do modelo, volta a apostar num desenho cativante, desportivo e jovial, a par de uma nova plataforma mais robusta, e que lhe garante um peso inferior face à geração anterior.
As portas traseiras surgem ‘escondidas’ com a inclusão da pega no pilar, a grelha frontal mais agressiva e uns faróis verticais que transpiram desportividade.
Mas se o desenho cativa, importa perceber o seu interior. Em termos de qualidade de construção e rigor na montagem, a mesma segue a bitola da concorrência e, por isso, não esperamos encontrar por aqui muitos plásticos moles e um grande rigor. Mas, mesmo assim, a solução encontrada de design interior seduz em todo o conjunto, desde o volante ao painel de instrumentos, o tablier surge enquadrado e bem desenhado, com umas cativantes saídas de ar a recordar o saudoso Alfa Romeo 33.
Os bancos envolventes e confortáveis – diria mesmo que de segmento superior – sustêm perfeitamente condutores mais encorpados.
Mas, nem só de design vive o Swift. O equipamento surge num patamar elevado com um ecrã central a cores de 7” que oferece toda a informação relevante do Swift (áudio, mãos livres, consumos, etc). Mas o mais apelativo, quanto a mim, é o pequeno ecrã lcd a cores de 4,2” com informações sobre o torque, Cv, G force, consumo da bateria e sistema de alerta de colisão. Todo o equipamento é agradável mas a habitabilidade impressiona ao nos recordarmos do segmento onde se insere o Suzuki, o espaço para passageiros, na traseira, é adequado, e nunca conseguimos tocar com os joelhos no banco da frente.
Parece já ser uma obrigação as marcas dotarem as suas viaturas de soluções de segurança que minimizem o acidente. E aqui a marca fá-lo com a segurança de um sistema fiável e com usabilidade. Desde o sistema de travagem autónoma, do alerta de mudança da faixa de rodagem, ao cruise control, ao muito interessante sistema automático de transição para máximos ou a câmara traseira, entre outros. E, se olharmos para as estatísticas nacionais, cada vez verificamos menos acidentes e consequências menos graves dos mesmos, provavelmente alguns devido a sistemas idênticos a este, que deveriam já ser obrigatórios em todos os automóveis comercializados. E quem duvidar conduza um destes automóveis por uns dias e depois conduza um sem estes sistemas.
Se o SWIFT cativou estaticamente, a melhor surpresa vem quando se liga o motor. Do pequeno motor 1,0 tricilindrico com 111 Cv e um sistema de bateria que o torna um hibrido, o arranque é impetuoso (recordar o pouco peso do modelo) e as recuperações são um must. Ninguém diz que estamos em presença de um modelo de base de gama. O comportamento é preciso e direto e os pneus asseguram a devida compostura. Mesmo em piso mais degradado o Swift foi afinado para ‘digerir’ confortavelmente às imperfeições da estrada mas, ao mesmo tempo, para ser rigoroso na inserção em curva. Dito de outro modo, o ADN dos primeiros Swift mantém-se. E mesmo mantendo uma condução a potenciar as virtudes do motor com a caixa de 5 velocidades, o consumo cifrou-se nuns módicos 5,4 litros. Os preços desta versão iniciam-se nos 17.000 euros até ao mais equipado por 19.000 euros (aproveitando a campanha comercial agora em vigor, respetivamente, 15.000 euros e 17.300 euros)
Em resumo, podemos afirmar que o Swift surpreendeu em toda a linha. Tem tudo para ser um produto ganhador, com um design cuidado, um interior agradável e bem desenhado, ergonomicamente bem pensado, espaço interior q.b, um comportamento de bom registo e um motor enérgico e potente. Resta ao consumidor ir conhecer e compreender esta realidade.
Autor: Jorge Farromba
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