O projeto europeu Astropreneurs pretende apoiar ideias de negócio direcionadas ao mercado espacial ou que incorporem tecnologia espacial em aplicações terrestres. Para apoiar as ideias o projeto conta com um orçamento de dois milhões de euros da Comissão Europeia, através do Programa Horizonte 2020.
O projeto europeu é coordenado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN) e tem como objetivo contribuir para a criação de “novos negócios, gerar emprego e estimular o crescimento económico em cooperação com a indústria, investidores e instituições nacionais e europeias.”
Através do Astropreneurs “cerca de 500 empreendedores vão ter acesso a uma formação intensiva, que inclui 50 horas de mentoria e consultoria conduzida por 100 peritos”, o objetivo é “apoiar os empreendedores na aceleração dos seus projetos e na captação de financiamento público e privado, visando uma mais rápida entrada e consolidação no mercado.”
Para tornar as ideias inovadoras e com potencial comercial o Astropreneurs propõe-se facilitar acesso a uma vasta rede de investidores, indústria e agências de apoio que integram a chamada ‘economia do Espaço’. O acesso a uma rede de investidores é estratégico para os inovadores aproveitarem os mercados e as oportunidades globais.
O Astropreneurs vai também dar acesso aos empreendedores de tecnologias “a um conjunto de workshops técnicos e a reuniões com os principais ‘stakeholders‘ da indústria espacial, esclareceu o IPN, em comunicado.
As candidaturas por parte dos inovadores e empreendedores ao projeto europeu Astropreneurs abrem em setembro. Um projeto que reúne, para além de Portugal, que coordena o projeto, diversos parceiros da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Reino Unido e República Checa.
As tecnologias ligadas ao Espaço são fonte de crescimento económico e de inovação
De um setor assente na ciência o percurso para a exploração espacial levou ao desenvolvimento de tecnologias que constituem atualmente a designada ‘economia do Espaço’, uma economia que é ao mesmo tempo orientada para objetivos estratégicos relacionados com a ciência e exploração do Espaço, e por outro dado para o desenvolvimento de recursos e meios de utilidade para a vida das pessoas.
Ambos os propósitos têm vindo a mudar o setor e a atrair “cada vez mais a atenção de outros atores, como estados, empresas e investidores privados”, e a ‘economia do Espaço’ “tornou-se um setor com impacto real, trazendo inovações disruptivas e muitas novas oportunidades de negócio, sobretudo quando aplicadas a outros setores terrestres da economia.”
Projetos ligados ao Espaço com impacto na população
■ O Galileo, o sistema europeu de localização por satélite, ao fornecer uma precisão inigualável, está a criar a sua própria área de negócios, com centenas de startups a começarem a explorar esta oportunidade.
■ O EGNOS, um precursor do Galileo, é um sistema complementar que aumenta a precisão dos sinais de navegação por satélite na Europa e que também pode servir de suporte a novas aplicações em diversos setores, como a aviação ou a agricultura de precisão.
■ O programa europeu Copérnico, que fornece dados de observação da Terra em tempo real, é uma fonte de dados espaciais que está a ser incorporada em novos produtos e serviços do futuro em áreas como o ambiente, a proteção civil e a segurança civil.
O Instituto Pedro Nunes e a ligação ao setor do Espaço
O IPN que coordena o projeto Astropreneurs tem, desde a criação, uma forte ligação ao setor espacial, com a incubação de algumas das mais importantes empresas espaciais portuguesas, como a Critical Software e a Active Space Technologies, e de empresas com origem no setor do Espaço como a Feedzai.
No domínio da transferência de tecnologia o IPN tem cooperado com a Agência Espacial Europeia (ESA), nos programas de transferência de tecnologia, o que levou em 2014 à criação de uma incubadora de empresas portuguesas da Agência Espacial Europeia (ESA BIC Portugal).
O ESA BIC Portugal, com coordenação do IPN, “é um dos 18 atuais centros de incubação da ESA, onde são apoiadas startups que estão a transferir tecnologia do Espaço para mercados terrestres, criando novos serviços e produtos em diversos setores da economia, em áreas como a saúde, energia, transportes, segurança e vida urbana.”