Cada vez mais a saúde no trabalho é assumida como preocupação crescente pelas várias empresas e entidades governamentais, perspetiva bem expressa nas exigências legais e normativas. Esta preocupação pretende valorizar a vida humana, ao garantir as condições de trabalho adequadas, de forma a evitar a ocorrência de acidentes e de doenças que surjam de efeitos do próprio trabalho.
Nessa medida, várias foram as atividades laborais que precisaram de adquirir os chamados equipamentos de proteção individual (EPI), como capacetes, calçado de segurança, entre outros, destinados a serem utilizados pelo trabalhador para se proteger dos riscos quando estes não possam ser evitados ou limitados, ou quando as medidas de proteção integradas e de proteção coletiva não são suficientes para garantir a segurança e a saúde da pessoa.
No que concerne ao calçado de segurança, todos os equipamentos desta categoria têm de apresentar um certificado de qualidade, denominado por marcação CE, bem como uma indicação dos níveis de proteção. Esta marcação é concedida por laboratórios competentes e acreditados, devendo o fabricante apresentar amostras do seu calçado aos laboratórios para que se proceda à análise necessária. Só depois deste processo é que será concedida uma autorização de produção legal do artigo.
Caso o calçado não tenha uma marcação CE, então não é calçado de segurança, sinal que prova que o equipamento em questão não responde aos critérios necessários à sua acreditação. Para efeitos de obtenção a certificação exigida por lei, um calçado adequado à proteção de um trabalhador deve apresentar as seguintes caraterísticas:
- Eficácia (adequado aos riscos a proteger);
- Robustez;
- Praticabilidade;
- Comodidade;
- De fácil limpeza e conservação.
Não descorando o que foi referido anteriormente, importa também que cada empresa, antes de eleger qual o equipamento de proteção individual a utilizar, efetue uma análise que afira quais as condições e riscos a que o trabalhador está exposto. Ainda assim, de modo geral, os membros inferiores devem ser protegidos contra o risco de esmagamento, de perfuração (por pregos, varões, etc.), de resistência ao contacto com corrente elétrica, deve ter resistência térmica e ao fogo, resistência a produtos químicos e a óleos, absorção de energia e características antiderrapantes.
Estando garantidas todas as medidas de segurança, verifica-se ainda que existem alguns fatores que não podem ser colmatados com calçado de segurança ou outros equipamentos. Em muitos casos, principalmente na indústria e construção civil, o desgaste dos pés e o surgimento de problemas associados a movimentos e posições de elevado esforço físico, e algumas vezes a comportamentos incorretos, levam a que seja crucial uma intervenção especializada.
Com o objetivo de prevenir e tratar possíveis alterações nos pés, o Centro Clínico do Pé e a TOWORKFOR desenvolveram o Personal Orthosis Service (POS), um processo clínico a partir do qual são realizados estudos biomecânicos para a posterior conceção de uma ortótese plantar personalizada a ser utilizada pelo paciente em contexto de trabalho. Este dispositivo visa responder, principalmente, a dores localizadas nos dedos, antepé, calcanhar, meio do pé, entre outros.
Autor: Fátima Carvalho, Podologista responsável pelo Centro Clínico do Pé
O Centro Clínico do Pé – Dra. Fátima Carvalho, localizado na Unidade de Cuidados Integrados da Santa Casa da Misericórdia de Amarante, tem como missão proporcionar um serviço de excelência na prestação de cuidados de podologia que garantam a saúde e bem-estar do pé.