Charles Michel, Presidente do Conselho Europeu, defendeu na Organização das Nações Unidas (ONU), na Cimeira do Futuro, que a União Europeia (UE) pretende “um Pacto para o Futuro que revigore a confiança multilateral e coloque as Nações Unidas de volta no centro de nossas ações”. Um Pacto que “é um catalisador poderoso para acelerar os nossos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e progredir em direitos humanos, igualdade de género e proteção do nosso planeta.”
Neste contexto, Charles Michel defendeu que é preciso com urgência reformar a arquitetura financeira internacional, e para isso lembrou: “Já cumprimos o nosso compromisso de recanalizar 100 mil milhões de dólares de Direitos Especiais de Saque para países em desenvolvimento, e a União Europeia assumiu um papel de liderança”, mas acrescentou que “isso não é suficiente”, e que é preciso fazer mais, recanalizando “até 40% da alocação de Direitos Especiais de Saque.”
O Presidente do Conselho Europeu lembrou ainda que “a UE, juntamente com os nossos Estados-Membros, são pioneiros no financiamento do desenvolvimento global. Em 2023, a assistência oficial ao desenvolvimento da UE atingiu 0,57% do nosso Rendimento Nacional Bruto — mais de 100 mil milhões de dólares. Incentivamos outros parceiros, inclusive no G7, a seguir nosso exemplo. Se todos os parceiros do G7 correspondessem à nossa ambição, isso geraria 100 mil milhões de dólares a mais por cada ano.”
Para dar resposta às necessidades dos países em desenvolvimento é preciso tornar a arquitetura financeira internacional mais eficaz e mais inclusiva. “Os países em desenvolvimento precisam, agora, de mais dinheiro, dinheiro privado e público.”
Por outro lado é preciso “enfrentar o problema da dívida porque não podemos aceitar que países de baixa e média renda tenham que escolher entre combater a pobreza e combater as mudanças climáticas. Eles precisam fazer as duas coisas, e nós precisamos apoiá-los.”
Charles Michel lembrou que em 2023, “alguns países de renda média tiveram que pagar seis vezes mais, em média, do que um país como a Alemanha, por pagamentos de juros sobre dívida pública, quando medidos como uma parcela da dívida pública. A estrutura comum do G20 é uma boa ferramenta, mas precisamos trabalhar com parceiros para torná-la mais eficiente, mais transparente e mais oportuna.”