No discurso desta manhã, o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que decorreram, em Ponta Delgada, nos Açores, começou por se referir que os açorianos “por todo o mundo constroem, dia após dia, Açores e Portugal.”
Uma construção que leva a “sublinhar a Pátria que somos, a autonomia que evocamos, o universalismo fraternal que é o nosso destino. A pátria que somos, uma só, mas feita de muitas vivências que a riqueza de sermos diferentes alicerça a nossa identidade singular.”
O Presidente lembrou que há “um só Portugal, feito de muitos Portugais, que podem e devem ser diversos”, mas chamou a atenção, ao referir: “Não toleraremos que sejam discriminados naquilo que de essencial assinala o estatuto da nossa cidadania cívica, económica, social e cultural.”
Um estatuto que Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu referindo que a autonomia que é evocada foi “construída laboriosamente ao longo dos séculos e consagrada na nossa Constituição, sinal de visão, de perspetiva, de aposta no futuro”, uma “autonomia na política, como nas Leis, como na gestão da coisa pública.”
E continuou: “Como aqui nestas terras no modo muito próprio de afirmar uma açorianidade em que se somam a saudade da distância, proximidade dos afetos, a densidade da reflexão, a irresistível atração das raízes.”
O Presidente lembrou o “universalismo fraternal, que é o nosso destino, que nos levou, século após século, a atravessar mares, a aportar a continentes”, como vai fazer logo a seguir, ir “até aos nossos compatriotas na América do Norte”.
Um povo emigrante mas sempre ligado aos Açores, e que no entender do Presidente “explica também o abraço que damos a quem chega, migrantes ou refugiados”, e “a procura que fazemos de pontes, de diálogos, de entendimentos, e porque preferimos a paciência dos acordos, mesmo se difíceis, à volúpia das roturas, mesmo se tentadoras. O multilateralismo realista ao unilateralismo revivalista.”
O Presidente lembrou ainda que os Açores são um “testemunho vivo de uma saga que começou ainda a maioria dos demais não existia, como Nação ou como Estado”, e que continuam a apelar “a sonhar futuros sabendo o que foram os passados” e que “convidam a novos horizontes, a mais esperança, a mais orgulho no que somos e seremos.”