A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, anunciou os vencedores do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, indicando a atribuição “a María Corina Machado e ao presidente eleito Edmundo González Urrutia pela sua luta corajosa para restaurar a liberdade e a democracia na Venezuela”.
“Na busca por uma transição de poder justa, livre e pacífica, defenderam destemidamente os valores que milhões de venezuelanos e o Parlamento Europeu tanto apreciam: justiça, democracia e Estado de direito”, referiu Roberta Metsola.
A presidente do Parlamento Europeu acrescentou que “o Parlamento Europeu está ao lado do povo da Venezuela e de María Corina Machado e do presidente eleito Edmundo González Urrutia na sua luta pelo futuro democrático do seu país. Este prémio é para eles”.
María Corina Machado foi eleita candidata presidencial da oposição venezuelana em nome da Plataforma Unitária em 2023, mas posteriormente foi desqualificada pelo Conselho Nacional Eleitoral, que é considerado pelo Parlamento Europeu como sendo controlado pelo regime.
Edmundo González Urrutia, diplomata e político que sucedeu a María Corina Machado como candidato da Plataforma Unitária. O candidato, após o ato eleitoral, denunciou o que o Governo venezuelano não publicou os resultados oficiais das eleições presidenciais e contestou a vitória declarada de Nicolás Maduro como tendo sido fraudulenta dada a falta de publicação das atas das mesas de voto. González Urrutia deixou a Venezuela em setembro de 2024, após lhe ter sido emitido um mandado de prisão.
O Parlamento Europeu na resolução adotada em 19 de setembro de 2024 salientou que as eleições presidenciais venezuelanas não respeitaram as normas internacionais de integridade eleitoral, conforme referido pelas missões internacionais de observação eleitoral. Os eurodeputados reconheceram Edmundo González Urrutia como o presidente legítimo e democraticamente eleito da Venezuela e María Corina Machado como a líder das forças democráticas. O Parlamento condenou a “fraude eleitoral” e as violações graves e sistemáticas dos direitos humanos perpetradas contra a oposição democrática, o povo venezuelano e a sociedade civil.
Atualmente, María Corina Machado permanece escondida, enquanto Edmundo González Urrutia fugiu para Espanha, tendo-lhe sido concedido asilo político a 7 de setembro de 2024.
Na resolução de setembro de 2024, o Parlamento instou a União Europeia a prorrogar as sanções contra o regime venezuelano e a aplicar medidas específicas através do regime global de sanções da União Europeia em matéria de direitos humanos contra Nicolás Maduro e pessoas do seu círculo próximo.