Nas últimas décadas tem-se registado, nas florestas e nas árvores urbanas, um aumento e uma diversificação de problemas com pragas e doenças. Um fenómeno, que o Instituto Superior de Agronomia (ISA) considera ter “consequências por vezes dramáticas na sua gestão e sustentabilidade”, e do fenómeno, resultarem “avultados impactos económicos e sociais.”
A invasão de espécies de pragas e patogénicos não nativos é, em parte, responsável pela degradação da saúde das árvores, dado que os ecossistemas não têm agentes de regulação natural. Um dos exemplos, dado pelo ISA, é o das pragas dos eucaliptos.
Algumas espécies arbóreas não têm uma história evolutiva que lhe permitisse adquirir mecanismos de proteção, o que as torna vulneráveis, como é o caso do pinheiro bravo e a doença do nemátodo do pinheiro.
A degradação da saúde das árvores deve-se também ao aumento emergente de pragas nativas devido às alterações nos modos de gestão, às alterações climáticas e a uma maior incidência de fogos. O ISA indica que “alterações resultantes de fogos florestais, da relação entre a planta e o inseto, e entre insetos com diferentes relações tróficas são alguns exemplos resultantes das mudanças em curso.”
“O consequente estabelecimento de novas interações entre as árvores e os agentes bióticos ou entre diferentes organismos poderá ter consequências importantes no estado sanitário das árvores”, indica ainda o ISA, em comunicado.
Os investigadores do Centro de Estudos Florestais (CEF) do ISA têm vindo desenvolver trabalhos de investigação, para compreender a ecologia dos fenómenos ligados às pragas e às doenças das florestas e das árvores em espaço urbano, e desta forma aumentar o conhecimento a ser incluído na gestão destes fenómenos e em ferramentas inovadoras de monitorização, estimativa de impacto e controlo.
Para dar a conhecer os resultados da investigação mais recente, o CEF organiza um Seminário com o título: ‘Pragas e doenças emergentes em sistemas florestais’.
No seminário, que se realiza no dia 8 de junho, no ISA, os investigadores pretendem mostrar alguns dos trabalhos que são desenvolvidos no CEF, em que “muitos deles resultam de colaborações com outros centros do ISA, como o LEAF e CEABN, e com investigadores de outras instituições nacionais, como a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, o Instituto de Investigação da Floresta e Papel – RAIZ e a Altri Florestal, e com instituições estrangeiras.”