A indústria automóvel está a sofrer uma verdadeira revolução silenciosa. Com os motores de combustão a dar lugar a modelos elétricos ou eletrificados mais silenciosos, eficientes e amigos do ambiente.
Uma nova tecnologia que deverá ser bem utilizada e gerir bem a capacidade de autonomia, dado que esta é critica, nos veículos totalmente elétricos.
Os especialistas da empresa NETUN SOLUTIONS que opera no campo da inovação em segurança rodoviária, incluindo a produção de dispositivos Help Flash, – um projeto financiado pela União Europeia -, descreve algumas medidas a serem consideradas para melhorar a utilização de um automóvel elétrico.
A forma mais simples dos veículo eletrificados, são os chamados híbridos ligeiros (MHEV) que contam, usualmente, com um motor de arranque/gerador de maior capacidade que auxilia o motor elétrico e permite reduzir os consumos e as emissões, prolongar o chamado modo “vela” (o automóvel desliza sem auxílio do motor de combustão) e permite uma resposta mais imediata ao acelerador.
O passo seguinte são os chamados híbridos (HEV), que já contam com um motor elétrico (de maior ou menor potência) e uma pequena bateria, normalmente com cerca de 1,5 kWh de potência, que permite uma autonomia em modo 100% elétrico de, aproximadamente, 3 a 4 km. Este sistema tem a vantagem de, em circuito urbano, permitir ao automóvel circular a maior parte do tempo recorrendo apenas à energia elétrica.
Os PHEV, ou híbridos plug-in, têm baterias com capacidades de, aproximadamente, 15 kWh que já permitem autonomias elétricas na casa dos 60/70 km. Estes podem ser recarregados usando uma fonte externa e, como nos restantes, recuperar energia através da energia cinética em travagem e desaceleração.
Por fim, temos os automóveis 100% elétricos (EV ou BEV) que recorrem a baterias de maior capacidade (podem superar os 100 kWh) e autonomias que chegam a ultrapassar os 600 km. Estes podem ser alimentados por carregadores e supercarregadores de grande capacidade (de preferência acima dos 50 kW) para reduzir o tempo de espera. Nada os impede de serem carregados em casa, mas com baterias de tão grande capacidade, os carregamentos são muitíssimo mais demorados.
Como conduzir eficazmente um automóvel elétrico
Como em qualquer outro automóvel, o segredo está na suavidade e na antecipação. Conduzir com maior suavidade e tentar antecipar os perigos que se avizinham é fundamental para preservar a energia, fator particularmente importante num veículo elétrico.
Potenciar a capacidade de regenerar a energia proveniente das travagens e das desacelerações, pode ajudar a prolongar de forma significativa a autonomia. Por exemplo, aliviar o acelerador previamente quando se aproxima de um cruzamento ou tirar partido do modo “B” (muitos modelos têm esta função) ou dos comandos para regular os níveis da travagem regenerativa, nas descidas mais inclinadas, ajuda a recuperar muita energia que, de outra forma, seria desperdiçada.
Muitos dos modernos automóveis elétricos também têm a opção “pedal único” que utiliza a travagem regenerativa para parar completamente o carro. Isto significa que só tem de utilizar o acelerador – daí o nome “um pedal” – para acelerar ou abrandar.
Fatores externos que podem influenciar a autonomia de um elétrico
Como os automóveis elétricos são alimentados por baterias, existem alguns fatores externos que podem ter impacto na autonomia de um veículo elétrico, incluindo:
- O clima – O tempo muito frio pode reduzir ligeiramente a autonomia de um automóvel elétrico.
- A morfologia do terreno – Como é óbvio, conduzir em subidas consome mais energia do que em terreno plano, pelo que a autonomia pode ser reduzida se conduzir numa zona particularmente montanhosa.
- A velocidade – Para atingir e manter velocidades mais elevadas, a bateria necessita de utilizar muito mais energia para combater o arrasto aerodinâmico e o atrito, pelo que quanto mais depressa conduzir, mais rapidamente a autonomia diminuirá. Segundo alguns estudos, reduzir a velocidade média em 10 km/h permite uma poupança de energia de quase 15%.
Truques para maximizar a autonomia
A questão da autonomia dos automóveis elétricos continua a estar na ordem do dia e a ser um tema de discussão recorrente entre adeptos da tecnologia e os críticos mais ferozes. Mas a verdade é que é possível potenciar, e muito, a autonomia de um automóvel elétrico com algumas simples “dicas” de utilização.
Ajustar a temperatura interior do seu automóvel antes de sair de casa – e enquanto este está a carregar – também poupa energia e assegura mais autonomia. Este processo pode normalmente ser iniciado e controlado através de uma aplicação para smartphone ou programado previamente no próprio menu do automóvel.
É senso comum ter a noção de quanto mais dispositivos elétricos ligar dentro do automóvel, mais energia irá consumir. Por isso, tenha cuidado e utilize apenas o necessário. Se estiver a viajar sozinho e se a função estiver disponível, utilize a definição de “apenas o condutor” do ar condicionado, ou, melhor ainda, desligue-o sempre que possível.
Se o seu automóvel o permitir, ative o aquecimento do banco e do volante já que estes são mais eficientes (desperdiçam menos energia porque aquecem diretamente por contato) do que os sistemas de climatização do automóvel, que têm de aquecer todo o ambiente à sua volta.
Os ecrãs de infoentretenimento também consomem energia, mas são frequentemente necessários para aceder às definições de navegação e até de carregamento.
Quase todos os veículos elétricos vêm agora com uma aplicação para smartphone que permite monitorizar a autonomia disponível, encontrar os locais de carregamento mais próximos e definir os controlos de pré-condicionamento.
Se o seu automóvel tiver uma seleção de modos de condução utilize, sempre que possível, o “Eco” ou o que privilegie a eficiência. Atenção que este poderá penalizar ligeiramente o desempenho, reduzir a potência ou até a inibir o funcionamento do ar condicionado, pelo que tenha atenção e ajuste a utilização do automóvel ao modo escolhido.
Manter a pressão dos pneus correta e optar por pneus ecológicos e na medida recomendada (evitar medidas de jantes/pneus acima das previstas de série) também ajuda a reduzir o atrito e, assim, a poupar energia.