O Instituto Politécnico de Setúbal com o apoio Governo relança pós-graduação sobre mutilação genital feminina para profissionais de saúde que trabalham nas áreas de maior prevalência.
O curso de pós-graduação em Saúde Sexual e Reprodutiva – Mutilação Genital Feminina, vai ser ministrado na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal e conta, na sessão de abertura com a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro.
A Secretária de Estado dinamizou o relançamento da pós-graduação, com a introdução de melhorias relativamente a edições passadas, em linha com o projeto Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina, que o Governo apresentou em 7 de novembro.
A parceria referente à pós-graduação foi alargada ao Alto Comissariado para as Migrações e à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que passam a aliar esforços nesta iniciativa com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, a Direção-Geral da Saúde e a Associação para o Planeamento da Família.
O plano curricular do curso vai ser ministrado por pessoas com reconhecida competência teórica e prática sobre a matéria, em Portugal, e estão asseguradas as condições para a aplicação de conhecimentos adquiridos durante a pós-graduação, uma vez que o curso se dirige preferencialmente a profissionais nas áreas com maior prevalência de mutilação genital feminina (MGF) e onde está a ser implementado o projeto Práticas Saudáveis – Fim à Mutilação Genital Feminina.
A pós-graduação decorre até junho de 2019 e vai ser frequentada 7 médicas/os, 14 enfermeiras, 1 psicóloga e 4 assistentes sociais, que vão adquirir competências avançadas para o trabalho de prevenção da MGF, bem como de atendimento e apoio a mulheres que tenham sido sujeitas à prática. Os pós-graduados vão atuar também como replicadores do conhecimento nos respetivos contextos profissionais.
Através do apoio à abertura do curso o Governo pretende “envolver todos os setores no combate à mutilação genital feminina, orientando recursos e competências para uma ação mais coordenada e eficaz na erradicação desta prática.”
“A Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não-Discriminação – Portugal + Igual, aprovada em março de 2018, inscreveu a problemática da mutilação genital feminina no Plano de Ação para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e à Violência Doméstica 2018-2021 e alargou a intervenção a outras práticas tradicionais nefastas como os casamentos infantis, precoces e forçados”, indica comunicado da Presidência de Conselho de Ministros.