O Ministro das Finanças, Mário Centeno, indicou o José Maria Brandão de Brito como Administrador por Portugal no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, que passará a assumirá funções a partir de 1 de julho. Para além de representar Portugal vai também representar a Grécia, país com o é partilhado o grupo de voto no BERD.
A mudança de representante ocorre no momento em que o Presidente do BERD, Sir Suma Chakrabarti, está numa visita a Portugal, de 29 de junho a 4 de julho, indicou o Ministério das Finanças.
O BERD foi criado em 1991 com o objetivo de “apoiar o investimento nos países da Europa Central e Oriental, bem como da Ásia Central”, recentemente estendeu “área de atuação aos países do Mediterrâneo, Marrocos, Tunísia, Jordânia e Egito, bem como ao Chipre e à Grécia.”
Portugal é membro fundador do BERD, detendo 0,42% do capital, que totaliza 30 mil milhões de euros. “Em 2016, o banco aprovou níveis recorde de operações e de desembolsos nos países beneficiários, num total de 9,4 mil milhões de euros e de 7,8 mil milhões de euros, respetivamente.”
Entre 2010 e 2016, o retorno para Portugal “tem sido assinável”, com “os bancos, empresas e consultores portugueses a ganharem contratos e a receberem financiamento para linhas de crédito, operações de tesouraria e project finance em países de operação do Banco, num total de 878,81 milhões de euros.”
José Maria Brandão de Brito é professor Catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, Investigador do Centro de Investigação sobre Economia Portuguesa do ISEG/UL e investigador integrado da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Enquanto professor universitário tem vindo a lecionar em várias Universidades, designadamente, disciplinas de Macroeconomia, Teoria do Desenvolvimento Económico, História do Pensamento Económico, Economia Portuguesa e Europeia, História Económica, Globalização e Mercados Emergentes, Globalização e Nova Economia, Estratégia e Prospetiva.
Foi Vice-Reitor e membro do Senado da Universidade Técnica de Lisboa, Cocoordenador do Grupo de Trabalho para a fusão da Universidade Técnica e da Universidade de Lisboa e foi membro eleito do Conselho Geral da nova Universidade de Lisboa a partir de 2013.
De entre os diversos cargos e funções desempenhas por José Maria Brandão de Brito, destaca-se a de Sub-Diretor Geral e Diretor de Serviços da Direção Geral do Comércio Interno no período de 1975 a 1988, Vice-Presidente do Conselho Consultivo do IAPMEI, de 1975 a 1980, Administrador Executivo do CA da TAP Air Portugal, SA, de 1996ª 1998, Presidente do CA da RTP, SA de 1998 a 2001, Vice-Presidente e Administrador Delegado da Portugal Global, SGPS, SA, de 2001 a 2002 e Administrador não executivo do CA da Hidro Cantábrico Energía, do Grupo EDP, a partir de 2014.
José Maria Brandão de Brito é autor de diversas obras publicadas, como Rumos Velhos e Novos da Industrialização Portuguesa, e Concorrência e Corporativismo, ambas de 1987, Condicionamento Industrial: o Processo da Fábrica de Pneus Alter – um caso exemplar? De 1988; Os engenheiros e o pensamento económico do Estado Novo, também de 1988; A Industrialização Portuguesa no Pós-Guerra, de 1989, Salazar e o Salazarismo, em colaboração, de 1989 e a obra Sobre as ideias económicas de Salazar, de 1989, entre muitas outras.