Portugal é o sétimo país do mundo com melhor proficiência em inglês, indica relatório EF English Proficiency Index (EF EPI). O relatório analisa dados de 2,2 milhões de falantes não nativos de inglês, em 100 países e regiões.
O ranking é liderado pela Holanda, a que se segue a Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega e Áustria a ocupar a sexta posição. A sétima posição de Portugal é a melhor de sempre neste ranking, depois de no ano passado ter entrado pela primeira vez no estrito grupo de países com “elevada proficiência” em inglês.
Portugal apresenta-se no sul da Europa como um dos melhores países a falar inglês, deixando muito para trás a Grécia, na 21.ª, França, na 28.ª, Itália, na 30.ª e Espanha com 34.ª.
Pelo segundo ano consecutivo, o Porto é a cidade portuguesa onde melhor se fala inglês. Coimbra vem em 2.º lugar e Braga na 3.ª posição fecha o pódio nacional. Lisboa, que arrecadou o prémio há dois anos, não foi além do 4.º lugar este ano.
“Embora 2020 tenha sido um ano desafiador, as circunstâncias também destacaram a importância de uma comunicação e cooperação claras além das fronteiras. O inglês como língua franca global continua a unir as pessoas, e o EF EPI contém informações valiosas para os formuladores de políticas avaliarem e fortalecerem a capacidade de aprendizagem de línguas de suas organizações e governos”, afirmou o vice-presidente executivo da Education First para Assuntos Académicos, Christopher McCormick.
O EF EPI tem por base os resultados do EF Standard English Test (EF SET), o primeiro teste de inglês padronizado gratuito do mundo. O EF SET tem sido utilizado em todo o mundo por milhares de escolas, empresas e governos para testes em larga escala.
A fechar o ranking de proficiência de inglês está Omã na 98.ª posição, Iraque na 99.ª e Tajiquistão na 100ª posição.
Homens portugueses ultrapassam mulheres
O estudo – que avaliou o inglês de mais de 2,2 milhões de pessoas – conclui que a nível mundial as mulheres falam inglês melhor do que os homens, apesar da disparidade ser cada vez menos evidente relativamente a edições passadas do EF EPI.
Em Portugal, e tal como já se tinha registado o ano passado, os homens conseguiram obter melhor classificação dos que as mulheres. Ainda assim, as mulheres portuguesas também atingem este ano um nível “muito elevado” de inglês, com 61,3 pontos, um valor bastante superior à média dos homens de todo o Mundo, com 49,8 pontos.
Os jovens portugueses entre os 21 e os 25 anos continuam a ser os que levam melhor nota no EPI – um relatório que mostra uma correlação entre a fluência em inglês e o poder de compra, qualidade de vida, inovação e um conjunto de outros indicadores socioeconómicos.
Apesar desta correlação positiva entre a fluência na língua inglesa de uma região e o valor médio do seu rendimento bruto, Portugal é um dos três países com nível de proficiência em inglês “muito elevada”, mas abaixo da linha de correlação com o rendimento médio nacional líquido per capita.
Portugal não segue tendência mundial
Apesar da alta correlação entre a proficiência em inglês e o Índice de Competitividade Global de Talentos, um relatório que avalia a capacidade de um país de atrair, desenvolver e reter trabalhadores qualificados, Portugal e a África do Sul fogem à tendência.
Os dois países, apesar de terem uma elevada proficiência em inglês e ao contrário do restante grupo que lidera este ranking, estão abaixo da linha de correlação no que respeita à capacidade de atrair e reter trabalhadores qualificados.
Mas em relação ao Índice de Competitividade Global de Talentos, Portugal fica atrás de países como o Japão, Emirados Árabes Unidos, República Checa, Estónia ou França.
Outra correlação encontrada pelo EF EPI é entre a proficiência de Inglês e a facilidade de fazer negócios, bem como falar inglês e uma série de indicadores relacionados com logística.
Para economias em todo o mundo, uma maior proficiência em inglês correlaciona-se com um maior Produto Interno Bruto, maiores salários líquidos e maior produtividade. Porém, também neste campo Portugal foge à regra. Na produtividade à hora, Portugal fica atrás de países como a Itália ou Espanha.
No que respeita à correlação da proficiência de inglês e a publicações de artigos científicos, Portugal sai bem na fotografia. Os dados mais recentes, referentes a 2017, mostram que 60% dos artigos do Nature Index foram colaborações internacionais, uma proporção maior do que nunca. Não é surpreendente encontrar uma forte correlação entre a proficiência em inglês de um país e o número de artigos científicos e técnicos per capita, bem como seu investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, em termos de capital e recursos humanos.
Para Constança Oliveira e Sousa, responsável pela EF Portugal, “hoje, cientistas e engenheiros simplesmente não podem perder a inovação global por causa de barreiras linguísticas”. “Não são apenas os investigadores que precisam de aceder a novas ideias. Em todos os campos, os profissionais precisam de estar atualizados com as melhores práticas internacionais. Também para as empresas, uma elevada cultura de proficiência em inglês torna possível explorar talentos e experiências que, apenas há alguns anos, estariam fora de alcance”.