Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre indicadores de saúde indica que Portugal é o quarto país da OCDE com maior taxa de prevalência de doenças de demência.
José Carreira, Presidente da Alzheimer Portugal indicou, citado em comunicado, que “a demência é um desafio enorme para muitas famílias, e, infelizmente, a grande maioria das pessoas não reconhece ainda que existem comportamentos que podemos adotar e que podem funcionar como fatores protetores contra as demências, tais como controlar a tensão arterial, o colesterol e os níveis de açúcar no sangue.”
Segundo a OCDE, em 2037 os casos de demência deverão aumentar para os 32,5 por mil habitantes, e Portugal será o terceiro país com a taxa de prevalência mais elevada, logo a seguir ao Japão que continuará a ocupar o primeiro lugar e à Itália a ocupar o segundo lugar.
Os números e as estimativas da OCDE preocupam a Alzheimer Portugal que considera “fundamental aumentar o reconhecimento dos sinais de alerta que permitam um diagnóstico das demências mais atempado” e também ser “muito importante capacitar a população para a mudança de comportamentos que promovam a saúde e previnam estas doenças.”
Um dos grandes objetivos da Alzheimer Portugal “é aumentar os conhecimentos sobre a doença” e “promover a qualidade de vida das pessoas com doença de Alzheimer e dos seus familiares e cuidadores.”
A demência é descrita como uma variedade de distúrbios cerebrais que levam progressivamente a danos cerebrais e causam uma deterioração gradual da capacidade funcional e das relações sociais do indivíduo. A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando cerca de 60% a 80% dos casos.
Atualmente, a doença de Alzheimer não tem cura nem há qualquer tratamento que permita modificar a progressão da doença, no entanto, o relatório da OCDE indica que podem ser introduzidas políticas que melhorem a vida das pessoas com demência, ajudando-as diretamente bem como às famílias a se adaptarem a viver com a condição da doença, e politicas que garantam acesso a cuidados sociais e de saúde de alta qualidade.
Em 2017, aproximadamente 18,7 milhões de pessoas vivem com demência nos países da OCDE, o que equivale a cerca de uma em cada 69 pessoas na população, mas a prevalência da demência aumenta rapidamente com a idade. O relatório indica que em todos os países da OCDE, “cerca de 2% das pessoas com 65 a 69 anos têm demência, e com mais de 90 anos a prevalência sobe para os 40%.