Nas celebrações do 1º de Dezembro, Dia da Restauração da Independência, que decorreram, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa Nacional, referiu que se trata de uma data simbólica que nos oferece “a oportunidade de homenagearmos também de forma muito particular essa capacidade notável do povo português de se reinventar.”
O Ministro lembrou que “a longevidade de Portugal não permite olvidar esse elemento essencial do nosso carater nacional”, e acrescentou: “Se em 1640 o desejo de restaurar a coroa portuguesa deu expressão a esse projeto do futuro do povo português nos séculos seguintes não faltaram oportunidades de repetir esse impulso, e hoje a reinvenção da Nação Portuguesa e na sua visão coletiva continua a ser um compromisso que todos partilhamos face aos muitos desafios com que nos deparamos.”
Novas missões das Forças Armadas e investimentos
Muitos dos desafios também passam por novas missões atribuídas às Forças Armadas, e entre elas: a vigilância do espaço aéreo; o apoio às populações civis em situação de emergência ou o combate aos incêndios florestais.“
Novas missões que exigem repensar o investimento nas Forças Armadas, e nesse sentido, João Gomes Cravinho referiu: “Os investimentos que vislumbramos para as nossas Forças Armadas garantem precisamente a interoperabilidade, a flexibilidade, a adaptabilidade, o duplo uso ou multiuso, e respondem simultaneamente a compromissos e interesses internacionais de Portugal e a missões de benefício para a população portuguesa.”
Mas, acrescentou o Ministro, “exige-se também que as Forças Armadas contribuam para dar respostas inovadoras às extraordinárias responsabilidades de jurisdição posta pela futura extensão da plataforma continental portuguesa e quanto a isso temos também importantes perspetivas de investimento.”
Missões internacionais das Forças Armadas
“A presença de Portugal nas organizações regionais e internacionais que suportam a nossa segurança coletiva”, como é o caso “da NATO, mas também da União Europeia e da própria CPLP tem de ser entendida como um contributo fundamental para a promoção de uma visão de segurança humana que coloca as pessoas em primeiro lugar, simultaneamente essa presença significa também uma responsabilidade partilhada pela definição e pelo combate contra as ameaças comuns que enfrentamos.”
O Ministro lembrou que “seja na República na República Centro Africana, seja no Afeganistão, ou na Lituânia a presença dos nossos militares, homens e mulheres das Forças Armadas tem de ser entendida como um contributo essencial na promoção da segurança nacional e na afirmação da nossa solidariedade com os povos dessas regiões que sofrem em primeira linha os impactos terríveis da violência armada.”
João Gomes Cravinho lembrou: “Se a nossa dimensão territorial e os nossos recursos materiais são efetivamente exíguos e se alguns na nossa sociedade defendem uma escolha mais restrita das nossas prioridades”, então acrescentou: “A minha convicção é que olhando para a história reconheceremos que Portugal tem sabido consolidar a sua independência através da sua presença na história global. Essa lição mantem toda a atualidade.”