A Bandeira Nacional foi içada oficialmente às 10h30 do dia 9 de junho, frente à Câmara Municipal do Porto, a poucos metros da estátua de Almeida Garrett. Um momento que deu início às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Junto à estátua de Almeida Garrett o Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, foi recebido pelo Presidente do Município do Porto, Rui Moreira. Marcelo Rebelo de Sousa visitou durante toda a manhã uma exposição de atividades militares na parte central da Avenida dos Aliados e na Praça D. João I.
Rui Moreira veio mais tarde, cerca das 20h25, na igreja da Sé, onde fez o seu discurso de boas-vindas perante o Presidente da República, o Primeiro-Ministro, Bispo do Porto, vários ministros, militares, diplomatas de cerca de 80 países e outros convidados.
Temos “a sorte e a ventura de viver num país diferente de muitos outros, um país que permanece uno, que corresponde e se exprime num estado-nação, coisa rara e nada negligenciável nestes tempos de sobressalto em que vivemos”, começou Rui Moreira por situar o país no tempo e no mundo.
Mas reforçou ainda que embora haja “os desequilíbrios” ou “as rivalidades“, Portugal “vive bem com a sua geometria, com a sua língua e com a sua cultura”. Um país “que tem sabido resistir à voracidade da história”.
Depois de falar do país falou dos portugueses, e referiu: “Durante cinco séculos fomos ponto de partida e de uma irreplicável e improvável aventura pelas sete Partidas do mundo” e que depois desse longo período foi possível “o regresso ao abraço pátrio, sem ressentimentos”.
A transição deu-se com o 25 de Abril e com o Porto a assumir “o ponto justo de equilíbrio”, não permitindo que “uma mera transição entre regimes autoritários e se transformasse na manhã que a aurora anunciara”.
Com a integração na União Europeia (anterior comunidade europeia) o “Porto e o Norte sofreram com abnegação, o preço da escolha”, dado que com a “desindustrialização em setores tradicionais” e “o investimento público a concentrar-se na capital”, então “o Porto porfiou”.
O Porto, “cidade invicta, abnegada e empreendedora, não se intimidou quando os sinos voltaram a tocar a rebate. Fez, como sempre em das ‘tripas coração’”, e venceu. Para além das muitas queixas “nós os portuenses temos a honra, como poucos ou nenhuns, em sermos portugueses”, afirmou Rui Moreira.
Fazendo referência à repartição das celebrações do Dia de Portugal entre o Porto e o Brasil, o Presidente do Município do Porto lembrou que o Brasil foi “fundado pelo nosso Dom Pedro, cujo coração guardamos na Lapa”. Uma referência para mostrar a diferença dos portugueses com outros povos, e deu o exemplo: “o que se diria se, em Londres, em Trafalgar Square se ao lado dos leões, estivesse numa coluna, não o invencível Nelson, mas Gandhi, que libertou a joia da coroa britânica?”
No final do discurso, Rui Moreira, lembrou que os portuenses têm orgulho e têm como símbolo o “Dom Pedro que lutou pela nossa liberdade e que soube fundar um país irmão, com quem celebramos a história e a língua, esse extraordinário património imaterial que ainda não soubemos explorar.”