Porto Business School destaca turismo de saúde e bem-estar como prioridade estratégica para Portugal

Seminário da Porto Business School conclui que para Portugal tem condições para assumir um papel de liderança global no turismo de saúde e bem-estar e para isso é necessária colaboração entre setores e investimento.

Porto Business School destaca turismo de saúde e bem-estar como prioridade estratégica para Portugal
Porto Business School destaca turismo de saúde e bem-estar como prioridade estratégica para Portugal

Tendo o conhecimento de alguns números do setor da saúde de 2023, como os de mais de 102 mil estrangeiros atendidos pelo Serviço Nacional da Saúde, um aumento de 27% na procura por hospitais privados e de 13,4 mil turistas nas termas, um seminário promovido pelo Tourism Futures Center do Innovation X Hub da Porto Business School, debateu o potencial de crescimento acelerado do setor do turismo de saúde e bem-estar.

O seminário “O Futuro do Turismo de Saúde e Bem-Estar”, que teve lugar no passado dia 4 de dezembro reuniu especialistas nacionais e internacionais onde foi destacado o turismo de saúde e bem-estar como uma prioridade estratégica para Portugal.

Rita Marques, diretora do Tourism Futures Center da Porto Business School, sublinhou o posicionamento único de Portugal no mercado global, e afirmou: “O turismo de saúde é mais do que uma tendência — é uma oportunidade real de diferenciação para Portugal. Temos tudo: excelência médica, infraestruturas de qualidade e um posicionamento competitivo no turismo mundial.”

David Vequist, fundador e diretor do Medical Tourism Research Center (EUA) partilhou tendências globais do setor e reforçou o potencial de Portugal neste mercado, e um painel de debate reuniu especialistas como Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal; Óscar Gaspar, presidente da APHP – Associação Portuguesa de Hospitalização Privada; António Tavares, provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto e presidente da Associação Health and Leisure Portugal; Joaquim Cunha, diretor executivo do Health Cluster Portugal e Carlos Brito, docente da Porto Business School e moderador da sessão.

Os participantes enfatizaram a importância de colaboração entre os setores da saúde e do turismo para consolidar Portugal como destino de referência, e destacaram a necessidade de inovação e sustentabilidade, com soluções como a telemedicina, o desenvolvimento de centros de excelência regionais e a criação de pacotes integrados que combinem tratamentos médicos, terapias e experiências culturais.

Os dados recentes da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, Turismo de Portugal e APHP, mostraram o crescimento do segmento de turismo de saúde. Com mais de 102 mil estrangeiros a serem atendidos pelo SNS, incluindo 43 mil sem seguros ou acordos internacionais, em 2023.

Também se verificou em 2023 uma procura de internacionais pelos hospitais privados portugueses com um aumento de 27% em diagnósticos e internamentos, e de 22,7% em consultas externas.

No segmento do termalismo verificou-se que 13,4 mil turistas estrangeiros recorreram a termas portuguesas, sendo 80% provenientes de mercados estratégicos como Espanha, França, EUA, Alemanha e Austrália.

Os especialistas concluíram que para que Portugal assuma um papel de liderança global no turismo de saúde e bem-estar, há necessidade de um plano de ação abrangente. Participantes no seminário sugeriram parcerias público-privadas para integrar os setores médico e turístico, a criação de centros de excelência em regiões estratégicas como Lisboa, Porto e Algarve, e campanhas dirigidas a mercados-chave, como Europa do Norte, Estados Unidos, Canadá e países do Golfo. Além disso, consideraram essencial o investimento em tecnologia, como a telemedicina, e em infraestruturas sustentáveis para posicionar o país na vanguarda do setor.

Para Rita Marques “Portugal tem uma oportunidade única de liderar globalmente no turismo de saúde e bem-estar. Mas, para isso, precisamos de uma estratégia clara, colaboração entre setores e vontade de investir.”

A Porto Business School indicou que o seminário vem reafirmar o compromisso da Escola em liderar o debate sobre os grandes desafios e oportunidades do turismo, alinhando-se com a Estratégia de Turismo 2035.

No entanto, do seminário não se verificou ter havido conclusões sobre o impacto do acesso ao SNS por estrangeiros não residentes e sem quaisquer sistemas de seguro de saúde. A preocupação crescente da sustentabilidade do SNS é manifestada pela população nos diversos inquéritos que têm sido divulgados.