O Observatório Europeu do Sul indicou, hoje, que um novo estudo determinou que os sete planetas descobertos em órbita da estrela anã ultra fria próxima da Terra, os TRAPPIST-1, são todos constituídos principalmente por rochas e que alguns poderão, potencialmente, ter mais água que a Terra.
O estudo permitiu conhecer com muita precisão as densidades dos planetas, o que sugere que alguns destes planetas podem ter até 5% da sua massa sob a forma de água, ou seja cerca de 250 vezes mais água que os oceanos da Terra.
Os cientistas concluíram que os planetas mais quentes, mais próximos da estrela progenitora, têm provavelmente atmosferas densas de vapor e os mais distantes devem ter provavelmente superfícies geladas. Em termos de tamanho, densidade e radiação recebida da estrela, o quarto planeta a contar do interior é o mais semelhante à Terra.
Parece ser o mais rochoso dos sete e tem potencial para ter água líquida à superfície.
Os planetas que se encontram em órbita da “ténue estrela vermelha TRAPPIST-1”, situada a apenas 40 anos-luz de distância da Terra, foram inicialmente detetados em 2016 pelo telescópio TRAPPIST-South instalado no Observatório de La Silla do Observatório Europeu do Sul (ESO, sigla em inglês).
Em 2017 novas observações obtidas com telescópios, incluindo o Very Large Telescope do ESO, e o Telescópio Espacial Spitzer da NASA, revelaram que existem sete planetas no sistema, cada com uma dimensão próxima do tamanho da Terra. Os planetas receberam os nomes TRAPPIST-1b, c, d, e, f, g, h, por ordem crescente de distância à estrela central.
Recentemente foram obtidas mais observações, tanto por telescópios colocados no solo, incluindo a infraestrutura SPECULOOS instalada no Observatório do Paranal do ESO, como pelos Telescópios Espaciais Spitzer e Kepler da NASA. Com base nas observações uma equipa de cientistas, liderada por Simon Grimm da Universidade de Berna, na Suíça, aplicou modelos computacionais muito complexos a todos os dados disponíveis e determinou as densidades dos planetas com muito mais precisão do que alguma vez tinha sido feita.
Simon Grimm explicou que como é que são determinadas as massas dos planetas: “Os planetas TRAPPIST-1 estão tão próximo uns dos outros que interferem entre si gravitacionalmente, por isso os momentos em que passam em frente à estrela progenitora variam ligeiramente. Estas variações dependem das massas dos planetas, das suas distâncias e de outros parâmetros orbitais”, e acrescentou: “Com um modelo de computador, simulámos as órbitas dos planetas até que os trânsitos calculados coincidissem com os valores observados, derivando assim as massas planetárias.”
Eric Agol, outro dos cientistas envolvido no estudo referiu: “Um dos objetivos deste tipo de estudo é determinar a composição de planetas semelhantes à Terra em tamanho e temperatura. A descoberta da TRAPPIST-1 e as capacidades únicas das infraestruturas do ESO