A alergia ao veneno de abelha foi responsável por mais de 5% de todos os casos de alergia grave, indicam dados do Registo Português de Anafilaxia, entre 2007 e 2017. A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) indicou que esta alergia terá sido a terceira causa mais frequente de anafilaxia, depois dos alimentos e medicamentos.
A SPAIC esclareceu que “a anafilaxia manifesta-se habitualmente por uma combinação de reações na pele (urticária, angioedema), gastrointestinais (vómitos, dores abdominais intensas), respiratórias (aperto na garganta, falta de ar, pieira) e cardiovasculares (hipotensão, tonturas, desmaio), de início imediato após a picada e que pode ser fatal. Mais de metade dos doentes com anafilaxia ao veneno de abelha apresentaram anafilaxia grave com alterações cardiovasculares.”
Perante este cenário, e quando se assinala o Dia Mundial da Abelha, o Grupo de Interesse em Anafilaxia e Doenças Imunoalérgicas Fatais da SPAIC alerta “para a importância de todas as pessoas com história de alergia generalizada ao veneno de abelha ou de outros insetos, terem um dispositivo de autoadministração de adrenalina, também chamado de caneta de adrenalina, e saber quando e como o utilizar em caso de picada”.
A SPAIC recomenda que em caso de picada e mesmo após a autoadministração de adrenalina as pessoas deverão “ser acompanhadas em consulta de Imunoalergologia, pois, na maior parte das situações, é possível fazer um tratamento de dessensibilização que diminui a gravidade e o número de reações”.