O Produto Interno Bruto (PIB) com uma quebra de 7,6% em 2020 relativamente a 2019 indica estimativa rápida publicada, hoje, pelo Instituto Nacional de Estatística, e citada em comunicado pelo Ministério das Finanças (MF).
A queda acentuada do PIB foi, no entanto, menor do que a prevista pelo Governo, refletindo uma melhoria face à previsão de 8,5% apresentada no Orçamento do Estado para 2021. O que indica que a atividade económica teve um comportamento melhor do que o anteriormente antecipado no segundo semestre do ano, com um crescimento de 5,1% face ao primeiro semestre. Mas em termos homólogos, o PIB contraiu 5,7% no 3º trimestre e 5,9% no 4º trimestre.
O MF refere que a previsão apresentada está em linha com a dinâmica da atividade económica nos últimos meses de 2020, e lembra que as compras e os levantamentos por Multibanco aumentaram 20,3% no 2º semestre face ao 1º. Por sua vez, e o consumo de eletricidade teve um comportamento favorável, com um aumento de 1,2% no mês de dezembro.
Os dados indicam que, como refere o MF, o desempenho da atividade económica foi mais favorável do que era esperado e que esse desempenho se refletiu no mercado de trabalho. Com a taxa de desemprego em 2020 a ficar substancialmente abaixo dos 8,7% previstos em outubro. Em dezembro, o número total de desempregados foi 2,4% inferior ao verificado no em maio que foi inferior a 9.354 desempregados.
O MF indica também que o dinamismo da atividade económica, na segunda metade do ano, teve também efeitos positivos na receita fiscal. Assim, a receita fiscal em 2020 deverá ficar substancialmente acima do previsto quer no Orçamento Suplementar de junho quer no Orçamento do Estado para 2021. Com a evolução do IRS a apresentar um crescimento homólogo em 2020.
“O novo confinamento generalizado, decretado no início do 2021, terá efeitos negativos na atividade económica nos primeiros meses do ano, que implicarão uma evolução anual menos favorável do que anteriormente antecipado” refere o MF.
Para combater os impactos socioeconómicos do agravamento da situação pandémica, o MF lembra que Governo colocou em campo diversas medidas de apoio aos trabalhadores e às empresas.
Entre estes apoios o MF destaca o layoff simplificado para empresas com atividade encerrada, com o pagamento de 100% do salário do trabalhador, o apoio à retoma progressiva, o apoio simplificado a microempresas, o programa Apoiar, o apoio a rendas não habitacionais, o apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores e a prorrogação do subsídio de desemprego.
O MF lembra que a contração do PIB na zona euro foi igualmente muito acentuada, com uma média de 6,8%. Os países mais atingidos foram os que dependem mais do setor do turismo, como é o caso da Espanha que teve uma quebra de 11%, Itália com 8,8% e a França com 8,3%.