Estudo sobre dinossauro carnívoro juvenil do Jurássico Superior, com cerca de 150-145 milhões de anos, descoberto na localidade de Valmitão, entre os municípios de Torres Vedras e Lourinhã, e desenvolvido por Elisabete Malafaia, foi já publicado na revista científica ‘Historical Biology’.
Os restos do dinossauro “foram encontrados em sedimentos formados num ambiente fluvial, semelhante a um pântano”, com vegetação abundante e águas calmas, e apresentam “algumas semelhanças com Allosaurus e Lourinhanosaurus, que são conhecidos no registo português, mas também apresentam diferenças” pelo que a identificação a um táxon (grupo) em particular ainda não foi possível.
Elisabete Malafaia, bolseira de doutoramento no Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC-ULisboa), refere, citada em comunicado da MUHNAC-ULisboa, que “algumas destas diferenças podem estar relacionadas com a condição juvenil do exemplar mas outras características não se enquadram na variabilidade conhecida para Allosaurus”.
O Allosaurus “é o táxon atualmente melhor representado no registo português”, pelo que as diferenças encontradas “poderão ter significado taxonómico, indicando que se trata de uma forma desconhecida, até ao momento, ou poderão corresponder a variabilidade intraespecífica de Lourinhanosaurus”, que, refere a investigadora, “neste momento não conhecemos bem”.
O exemplar do pequeno dinossauro foi descoberto por José Joaquim dos Santos, colaborador da Sociedade de História Natural, em Torres Vedras. É nesta instituição que se encontram depositados os diversos fragmentos fosseis do dinossauro.
No estudo foram analisadas diversas vértebras cervicais, dorsais, sacras e caudais e elementos da cintura pélvica, pelo que, indica Elisabete Malafaia, o “exemplar corresponde a um indivíduo juvenil que poderia medir aproximadamente três metros de comprimento”, mas não se conhece “a posição exata dos diferentes elementos do esqueleto”, no entanto, os “restos não apresentam evidências de terem sido transportados, o que sugere que o animal terá morrido no local ou muito próximo”.
Para além de Elisabete Malafaia, primeira autora do estudo, colaboraram paleontólogos do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências e Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, o Instituto Dom Luiz, a Sociedade de História Natural e a Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED) de Madrid.