O Partido Verde Europeu manifestou-se, hoje, 2 de abril, sobre a esperada visita do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, à Hungria, no dia 3 de abril. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, terá dado garantias que apesar do mandado de detenção pendente do Tribunal Penal Internacional (TPI), o mesmo não será detido. No entanto, o Partido Verde Europeu pede à Hungria para deter Netanyahu para ser julgado no tribunal criminal de Haia.
“A União Europeia e os governos nacionais têm o dever de defender o direito internacional e garantir a responsabilização por crimes de guerra e abusos dos direitos humanos. Ao ignorar o mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional para o Primeiro-Ministro Netanyahu, Viktor Orbán está a mostrar o mesmo desrespeito pelo Estado de Direito no palco internacional que tem consistentemente demonstrado na Hungria. Já passou da hora de os Estados-membros avançarem com o Artigo 7 para restaurar os direitos fundamentais, o Estado de Direito e a democracia na Hungria”, afirmou o copresidente dos Verdes Europeus, Ciarán Cuffe, citado em comunicado do Partido.
“Orbán está a arrasar os tratados e obrigações da UE. Os seus laços com a Rússia; a sua recente proibição do Budapest Pride; o seu contínuo bloqueio, veto e chantagem do apoio da UE à Ucrânia são mais uma evidência de que tem mais lealdade a Trump e Putin do que à UE. A Comissão Europeia e o Conselho já não se podem dar ao luxo de deixar um líder manter o bloco como refém. É por isso que nós, como Verdes Europeus, temos consistentemente pedido a abolição dos vetos nacionais em questões relacionadas com a política externa. Ignorar mandado de detenção do TPI contra Netanyahu significa ignorar as razões pelas quais foi emitido, o que é inaceitável”, afirmou a copresidente do Partido Verde Europeu, Vula Tsetsi.
A copresidente dos verdes europeus acrescentou: “É incrivelmente preocupante ver que o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis também se está a aproximar do primeiro-ministro Netanyahu, em Jerusalém, enquanto este continua a espalhar a morte e a destruição nos Territórios Palestinianos Ocupados. Os líderes europeus deveriam responsabilizar Netanyahu e tentar intermediar uma paz justa em Gaza, em vez de o bajular e bajular o seu governo extremista.”
Vula Tsetsi lembrou que “a 6 de Março, Orbán vetou as conclusões da cimeira europeia sobre a Ucrânia, obrigando os restantes 26 líderes a adotar uma declaração separada. Pode também bloquear o apoio europeu à Ucrânia porque as sanções económicas da UE contra a Rússia deverão ser renovadas por unanimidade em Julho, e a sua aprovação seria necessária para que a Europa apreendesse os bens congelados da Rússia.”
