Silêncio nas bancadas! A audiência está aberta e os arguentes entram na sala. O caso de hoje é de suma importância. O parlamento, em convulsão, discute acesamente a intriga: uma mentira inocente também magoa? Quais são os limites de um coração apaixonado? É urgente criar leis que governem o amor! Qual é a sua opinião, caro deputado? Rosalina e Orlando esperam, ansiosamente, o veredicto: o seu casamento depende deste debate.
No Parlamento Shakespeare propomo-nos a uma breve passagem pela história da democracia e, por consequência, à origem do parlamento como ferramenta de atividade política, onde se tomam decisões importantes. Que ponte podemos encontrar entre esta ferramenta política e o teatro, e mais especificamente com a peça Como vos aprouver, de William Shakespeare?
O Teatro do Oprimido de Augusto Boal dá-nos algumas pistas para fazer esta ponte, especificamente o Teatro-Forúm que tece uma linha ténue entre o ator e o espectador. Este último ocupa o lugar do primeiro, tentando resolver os conflitos lançados.
Na peça de Shakespeare parece haver um entrave ao casório das duas personagens centrais Orlando e Rosalinda, dita situação oferece várias camadas de reflexão, invocando temas como o amor e a sexualidade. No final deste exercício existem várias possibilidades para o desfecho da ação. Será que Orlando e Rosalinda vão conseguir o seu happy ending?
Plateia frente a frente, numa espécie de Big Brother, o público encontra-se para ver a ação desenrolar-se e terá que intervir para resolver a discórdia amorosa — vários serão os temas lançados, bem como as perguntas e respostas dadas. No final chegaremos, ou não, a uma concórdia.
No CCB de 14 a 19 maio, nos dias 14 a 17 às 10:30 e nos dias 18 e 19 às 15:30, Espaço Fábrica das Artes.