O Parlamento Europeu (PE) manifestou, através de resolução aprovada hoje, 16 de dezembro, uma condenação da Rússia pela concentração de recursos militares junto da fronteira com a Ucrânia. O PE considera que as hostilidades militares serão inaceitáveis, e terão um elevado preço económico e político, diz o PE.
Para os eurodeputados “a concentração militar russa também representa uma ameaça para a paz, a estabilidade e a segurança globais da Europa”, e consideram que os contingentes militares russos na fronteira ucraniana são “um instrumento para forçar concessões políticas do Ocidente em detrimento da Ucrânia”.
Dado que a Ucrânia tem manifestado vontade de aderir à NATO, o PE indicou que considera que a escolha de alianças por parte de qualquer país não deve estar sujeita à aprovação de um país terceiro e por isso quaisquer tentativas da Rússia de incluir alguns países na sua “esfera de influência” para moldar o seu futuro é inaceitável.
Sanções à Rússia por hostilidades militares
Os eurodeputados consideram que a União Europeia (UE) deve estar pronta “a enviar à Rússia um sinal muito forte de que as hostilidades militares não só serão inaceitáveis, como também terão um elevado preço económico e político”. A resolução do PE indica que os Estados-Membros devem estar preparados para adotarem sanções económicas e financeiras severas á Rússia para que esta cesse as ameaças, “em vez de esperar que haja uma outra invasão antes de tomar medidas”.
O documento de resolução indica que as sanções devem incluir os oficiais e as altas patentes russas envolvidas no planeamento de eventuais operações de invasão, bem como o “círculo imediato e os oligarcas que gravitam em torno do Presidente russo e respetivas famílias”.
As sanções devem implicar o congelamento de ativos financeiros e físicos na UE, proibições de viajar e a exclusão da Rússia do sistema de pagamentos SWIFT. As sanções devem também visar setores importantes da economia russa e perturbar o financiamento dos serviços de informação e dos militares.
Reduzir a dependência da importação de energia russa
Os eurodeputados observam que a UE deve tomar medidas urgentes e credíveis para reduzir a dependência da importação de energia russa e impedir que o gasoduto Nord Stream 2 não entre em funcionamento. Também recomendam que se aumentem as interligações das infraestruturas energéticas com a Ucrânia.
O PE concluiu reafirmando o apoio à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia dentro das suas fronteiras reconhecidas a nível internacional.