De 23 de março a 8 de abril decorre na Ericeira, o, dias para apreciar o famoso produto do mar e em especial da preparação feita por chefes de gastronomia especialistas na confeção de pratos de ouriço-do-mar. Mas também são dias para refletir e debater os recursos marinhos sobretudo os que fazem e podem vir a fazer cada vez mais parte da nossa alimentação.
É estimado que em 2050 seremos 9.800 mil milhões de pessoas no planeta Terra, um número que coloca cada vez mais pressão sobre os recursos e, em particular, nos destinados à alimentação. A procura de carne e peixe continua a aumentar, obrigando a encontrar alternativas para satisfazer o consumo de forma sustentável.
A organização do 4.º Festival Internacional Ouriço-do-Mar da Ericeira pretende criar as condições para que os visitantes abram o apetite para uma iguaria gastronómica de grande qualidade, mas pretende também que ao mesmo tempo se reflita sobre os desafios da alimentação do futuro, numas jornadas técnicas envolvendo especialistas e investigadores em recursos marinhos.
Nas jornadas técnicas a decorrer no dia 23 de março a partir das 09h30, no Auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva na Ericeira, investigadores portugueses vão dar a conhecer algumas das questões que se prendem, nomeadamente, com a reprodução de forma sustentável de alguns dos recursos marinhos.
Ana Pombo, que lidera o projeto de aquacultura Ouriceira Aqua, vai falar das últimas novidades do projeto que tem como objetivo criar as bases para o cultivo de ouriços-do-mar na região da Ericeira e em outras regiões do país. Helena Abreu, administradora da Algaplus, e Paulo Serra Lopes, presidente da Appaqua e Algae4us vão explicar porque é que as algas são uma forte aposta da produção de aquacultura em Portugal e qual a sua importância em áreas tão diferentes como a alimentação ou a cosmética.
Por outro lado a investigadora do CCMAR, Mercedes González-Wangermert, vai dar a conhecer o potencial do pepino do mar e os benefícios da produção em aquicultura face à diminuição da espécie no seu meio natural, e Nuno Mendonça, diretor executivo da IEFF, vai fazer a apresentação do projeto PlaticeMar e ao mesmo tempo lançar o desafio do empreendedorismo na Economia do Mar.
As jornadas vão ter também a participação da vereadora da Câmara Municipal de Mafra, Célia Batalha Fernandes, que irá abordar a mais-valia do ouriço como valor gastronómico e territorial da região, mais especificamente da vila da Ericeira, cujo nome deriva precisamente da grande abundância de ouriços-do-mar existente na costa da região.
Programa do 4.º Festival Internacional Ouriço-do-Mar e das Jornadas técnicas