O Ministério da Saúde Pública do Líbano já confirmou um caso de cólera no país, e indicou que os riscos à saúde estão a aumentar na sequência da catástrofe provocada pelos bombardeamentos israelitas em curso. Entretanto, como refere a Organização Mundial da Saúde (OMS), as autoridades do Líbano estão a investigar a extensão da disseminação da doença, recolhendo amostras dos contatos do paciente e avaliar a potencial contaminação da água.
“A OMS tem vindo a alertar sobre o risco de doenças infeciosas emergentes, como a cólera, ressurgirem no Líbano como resultado das más condições de água e saneamento e do impacto do conflito atual”, disse Abdinasir Abubakar, Representante da OMS no Líbano. “O nosso foco imediato agora é melhorar a vigilância e as condições de saneamento da água para interromper a transmissão e evitar uma maior disseminação.”
Como descreve a OMS, o ressurgimento atual ocorre à medida que o conflito pressiona o sistema de saúde já sobrecarregado do Líbano, exacerbando o deslocamento e contribuindo para um declínio ainda maior nos serviços e infraestrutura de água e saneamento. Abrigos superlotados não estão equipados para acomodar o número crescente de pessoas deslocadas, aumentando os riscos de disseminação da cólera.
No início de agosto, o Ministério da Saúde Pública do Líbano lançou uma campanha preventiva de vacinação oral contra cólera em coordenação com a OMS, UHNCR, UNICEF e outros parceiros, visando 350.000 pessoas a viver em áreas de alto risco. A campanha, que foi interrompida pela escalada da violência, teve como objetivo cobrir indivíduos com um ano de idade ou mais que residiam em áreas de alto risco em 5 das 8 províncias do Líbano.
Em resposta à deteção do caso atual, a OMS indica que ativou imediatamente um plano de preparação e resposta à cólera para melhorar a vigilância e o rastreio de contatos, incluindo vigilância ambiental e amostragem de água, fortalecer a capacidade de testes laboratoriais, pré-posicionar suprimentos para cólera e apoiar medidas de prevenção e controlo de infeções em centros de tratamento especializados.