“Dirigir a investigação para a tuberculose resistente aos medicamentos é uma prioridade absoluta para a OMS e para o mundo”, referiu Margaret Chan, Diretora-geral da OMS. Esta responsável acrescentou ainda que “são necessários mais de 800 milhões de dólares, por ano, para financiar a investigação em novos antibióticos para tratar a tuberculose”.
A OMS indica que “continua a crise de saúde pública com a tuberculose multirresistente”, e que em 2015 os números estimados de casos seria de 580 mil e que 250 mil pessoas terão morrido devido à doença. De todos os casos de tuberculose multirresistente só 125 mil doentes iniciaram tratamento e apenas metade foram curadas.
Ao longo dos últimos 50 anos apenas dois novos antibióticos para tratar da tuberculose multirresistente completaram os ensaios da Fase IIB e ainda se encontram em ensaios de Fase III (necessários para entrarem no mercado da saúde), pelo que “será necessário mais financiamento para completar o processo e desenvolver outros regimes eficazes de tratamento.”
Na lista de patógenos resistentes a antibióticos que foi publicada, em 27 de fevereiro, pela OMS como prioritários, não foi incluída a Mycobacterium tuberculosis que é a bactéria responsável pela tuberculose humana. Marie-Paule Kieny, Subdiretora-geral da OMS, esclarece que não foi colocada porque “já existe consenso que tuberculose é uma prioridade máxima para I&D em novos antibióticos”.
A OMS lembra que foram programadas para 2017 e 2018 várias reuniões mundiais de alto nível sobre a tuberculose, e que a tuberculose resistente aos medicamentos e a investigação serão os temas principais da Conferência Ministerial da OMS sobre a Tuberculose, planeada para novembro de 2017, em Moscovo.
A tuberculose será também o tema de uma reunião de alto nível da Organização das Nações Unidas em 2018. A OMS lembra ainda que a “tuberculose multirresistente e as necessidades de investigação estão a ser discutidas em fóruns alargados, como os que se concentram na resistência antimicrobiana e na segurança da saúde”.