O Conselho Europeu de Investigação (ERC, sigla do inglês) atribuiu Bolsas Júnior (Starting Grants) a 403 jovens investigadores em início de carreira, destes oito são portugueses, em que cinco estão radicados em instituições portuguesas e três no estrangeiro. As bolsas vão permitir aos jovens portugueses uma “aventura” em ciência para dar resposta a questões como: Qual a ligação entre a Terra e a Vida? Qual a história ambiental das dunas costeiras? Que alimentos podem prevenir a demência?
O montante total das bolsas é de 603 milhões de euros (M€), uma subvenção que faz parte do pilar “Ciência de Excelência” do atual Programa de Investigação e Inovação da UE, o Horizonte 2020. Cada um dos bolseiros pode receber até 1,5 M€ para criar a sua própria equipa de investigação e concretizar o projetos proposto.
Os jovens investigadores portugueses e projetos aprovados a ERC Starting Grants são os seguintes:
■ Joana Freitas, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com projeto DUNES – Uma história ambiental das dunas costeiras;
■ Cláudia Nunes dos Santos, Instituto de Biologia Experimental e Tecnologia, com projeto LIMBo – Apurar a relação entre regime alimentar e saúde cerebral: como os metabolitos fenólicos influenciam a inflamação cerebral;
■ Claudia Bank, Fundação Calouste Gulbenkian, com projeto FIT2GO – Um instrumento para modelos de exercício em evolução;
■ Rogério Pirraço, Universidade do Minho, com projeto CapBed – Uma rede capilar artificial para uma boa pré-vascularização de enxertos resultantes de engenharia de tecidos;
■ Jorge Almeida, Universidade de Coimbra, com projeto ContentMAP – Mapeamento por conteúdos: a organização topográfica do conhecimento de objetos no cérebro;
■ Ana Banito, Deutsches Krebsforschungszentrum, na Alemanha, com projeto PedSarc – Localizar mecanismos genéticos e epigenéticos em sarcomas pediátricos;
■ Sandra Sequeira, London School of Economics and Political Science, no Reino Unido, com projeto REFUGEDEV – Refugiados, pobreza e crescimento económico;
■ Maria Filipa Sousa, Universitat Wien, na Áustria, com projeto EvolPhysiol – Evolução da Fisiologia: a relação entre a Terra e a Vida.
Carlos Moedas, Comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, referiu que as bolsas ERC apoiam os investigadores europeus numa fase inicial, mas também contribuem “para enriquecer o espaço europeu da investigação, atraindo e fidelizando cientistas estrangeiros na Europa. Mais de um em cada dez beneficiários vem de fora da UE ou dos países associados” e é “com muito agrado que vejo que dos oito investigadores portugueses selecionados.”
O Comissário lembrou que três dos investigadores que agora ganharam a bolsa ERC “desenvolvem o seu trabalho em Instituições sediadas noutros países europeus, o que comprova a excelência dos nossos investigadores”, e “que seis são mulheres, o que significa que cada vez mais mulheres acedem à investigação e que Portugal ficou, em termos de participação das mulheres, bastante acima da média geral registada nesta ronda de Bolsas Júnior do ERC.”
O Presidente do ERC, Jean-Pierre Bourguignon, esclareceu que houve uma grande procura a Bolsas Júnior de 2018, com 3.170 pedidos, e que foi “possível conceder mais de 400 Bolsas Júnior nesta ronda”, e que constatou que “pelo segundo ano consecutivo, cerca de 40 % são mulheres.”
As Bolsas Júnior vão ajudar os jovens cientistas a criar as suas próprias equipas de investigação, levando também à criação de postos de trabalho, já que podem vir a empregar cerca de 1.500 estudantes em fase de pós-doutoramento, doutoramento e outro pessoal de apoio.