O Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse, na sessão sobre a situação da saúde no Território Palestino Ocupado, que como tem vindo a afirmar, lamenta “os ataques bárbaros e injustificáveis do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, que mataram mais de 1200 pessoas”, e que compreende “bem a raiva, a dor e o medo do povo israelita após os horríveis ataques de há dois meses”.
Mas, afirmou: “Compreendo também a raiva, a dor e o medo do povo de Gaza, que já sofreu durante 16 anos de bloqueio e agora suporta a destruição das suas famílias, das suas casas, das suas comunidades e da vida que conheciam”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, referiu que “mais de 17.000 pessoas terão morrido em Gaza, incluindo 7 000 crianças – e não sabemos quantas estão soterradas sob os escombros das suas casas”. Há também “mais de 46.000 feridos foram relatados”.
Uma população estimada um pouco superior a 2 milhões, “1,9 milhões de pessoas foram deslocadas – quase toda a população da Faixa de Gaza – e procuram abrigo onde quer que o encontrem. Mas nenhum lugar, nem ninguém, está seguro em Gaza.”
“À medida que mais e mais pessoas se deslocam para áreas cada vez mais pequenas, a sobrelotação, combinada com a falta de alimentação, água, abrigo e saneamento adequados, estão a criar as condições ideais para a propagação de doenças”, referiu o responsável da OMS.
Com uma situação em que “em média, existe um chuveiro para cada 700 pessoas e uma sanita para cada 150 pessoas”, Tedros Adhanom Ghebreyesus referiu que há “sinais preocupantes de doenças epidémicas, incluindo diarreia com sangue e icterícia, e também houve relatos de níveis elevados de doenças diarreicas e infeções respiratórias.”
Uma situação que prevê que corre o risco de se deteriorar com a aproximação das condições de inverno.
Diretor Geral afirmou: “O sistema de saúde de Gaza está de joelhos e em colapso”, com “apenas 14 hospitais dos 36 originais estão parcialmente funcionais, 2 a norte do rio Gaza e 12 no sul.”
“Os dois principais hospitais no sul de Gaza estão a funcionar com o triplo da sua capacidade de leitos, ficando sem abastecimentos e abrigando milhares de pessoas deslocadas”, em que “ mais de 180 mulheres dão à luz em Gaza todos os dias” e “existem 2.000 pacientes em terapia contra o cancro”, bem como, “350 mil pacientes com diabetes, doenças cardíacas e hipertensão”
Além disto tudo, “espera-se que pelo menos 20.000 civis que necessitam de cuidados psiquiátricos agudos, e muitos mais, sofram de perturbações mentais graves em resultado do conflito”.
Neste quadro o Diretor Geral da OMS declarou: “Lamento profundamente que o Conselho de Segurança não tenha conseguido adotar uma resolução sobre esse cessar-fogo na sexta-feira passada”.