Depois de um processo de seleção nacional e internacional de grande exigência, Nuno Peixinho, investigador do Centro de Investigação da Terra e do Espaço (CITEUC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi nomeado para representar Portugal no Comité de Utilizadores do European Southern Observatory (ESO) ou Observatório Europeu do Sul.
Nuno Peixinho passa a integrar um conselho consultivo do Diretor-Geral da ESO. As funções do investigador e astrónomo são, no âmbito do conselho, “aconselhar o Diretor-Geral em assuntos relativos à performance dos Observatórios de La Silla, do Paranal e do ALMA, em questões de acesso científico e dos serviços necessários ao seu bom funcionamento.”
Numa posição individual, Nuno Peixinho indica: “Deverei fazer a ponte entre a comunidade astronómica em Portugal e o ESO, no que concerne à constante avaliação do funcionamento das infraestruturas do ESO por parte dos utilizadores portugueses e, simultaneamente, prestar apoio ao ESO informando a nossa comunidade sobre o desenrolar do seu plano operacional”.
O investigador referiu, citado pela UC, que esta nomeação “representa um prémio”, e acrescentou: “Sabe sempre bem sentirmo-nos reconhecidos quer nacional quer internacionalmente pela comunidade científica da nossa área de trabalho, no meu caso a astronomia, ou mais concretamente, na astronomia observacional.”
O ESO é uma organização intergovernamental de ciência e tecnologia para a conceção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos terrestres, uma ação que só é possível com uma intensa cooperação internacional. Atualmente o ESO opera três observatórios de ponta na região do deserto de Atacama, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor.
O ESO é financiado pelos Estados Membros, que incluem a Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. Portugal é membro desde 2000 e contribui com cerca de 1% do orçamento do ESO. Esta cooperação permite que mais de 60 investigadores portugueses desenvolvem estudos no âmbito do ESO e empresas portuguesas tenham vindo a trabalhar para o ESO em áreas de engenharia de ponta.
Para Nuno Peixinho a nomeação para o ESO “representa também uma enorme responsabilidade, pois a astronomia europeia em geral, e a portuguesa em particular, dependem muito fortemente dos Observatórios do ESO no Chile”.