Em 2017 aumentou o número de transplantes em relação a anos anteriores, mas o número ficou abaixo os recordes de 2009 e 2010. Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) lembrou: “Fomos os segundos a nível mundial, com 34 dadores por milhão de habitante.”
A presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) alertou que para manter, pelo menos, estes números é necessário aumentar o número de elementos das equipas de Cuidados Intensivos, Coordenação e das Unidades de Transplantação.
É notório o esforço desenvolvido por todas as equipas que se encontram a trabalhar no limite sem que haja investimento da tutela nesta área, quer a nível de recursos humanos quer a nível de infra-estruturas.
No dia 20 de julho é celebrado o Dia do Transplante, uma efeméride que a SPT indicou que “continua a lutar para que se torne uma celebração nacional, mantendo, para isso, uma petição e convidando todo os portugueses a darem o seu contributo para a criação do Dia Nacional do Transplante.”
Susana Sampaio indicou que o Dia Nacional do Transplante “é uma forma de homenagear, em primeiro lugar, todos os dadores, os recetores, assim como todos os profissionais envolvidos nesta área.”
Nos últimos 10 anos a SPT tem vindo a comemorar, no dia 20 julho, o primeiro transplante realizado em Portugal pela equipa do Professor Linhares Furtado, em Coimbra. É em Coimbra que, este ano, recebe no Pavilhão Centro de Portugal, a cerimónia solene, subordinada ao tema ‘O Transplante e a Arte’.
A presidente da SPT explicou que existe uma relação muito evidente no início da transplantação, com a arte, quando “os seus pioneiros de alguma forma necessitaram de possuir arte e engenho para ultrapassar as dificuldades que sentiram, numa época em que esta técnica dava os primeiros passos”, mas que não desapareceu nos dias de hoje.
“A arte é uma das melhores formas de o ser humano expressar as suas emoções e sentimentos. E o mundo da transplantação pode ser uma avalanche de emoções, quer para os dadores, para os recetores e mesmo para os profissionais de saúde”, pelo que no Dia do Transplante pretende-se “homenagear todos os intervenientes na transplantação e chamar a atenção para a transplantação através da ARTE e ao mesmo tempo divulgar algumas das suas expressões.”
Mas a presidente da SPT chama ainda a atenção para a necessidade procurar ir mais além, dado que o número de dadores falecidos não consegue suprir as necessidades de órgãos para os doentes em lista de espera, “uma forma de aumentar a doação é através da doação em vida. São, por isso, necessárias campanhas, para sensibilizar potenciais dadores e profissionais de saúde, que poderão ajudar a responder a todas as dúvidas que possam surgir.”