Investigação da Universidade de Bergen identifica e explora os impactos de novas identidades comportamentais emergentes da pandemia de COVID-19. O resultado do estudo da autoria de Mimi E. Lam já foram publicados na Humanities and Social Sciences Communications.
“Estas identidades comportamentais emergentes do COVID-19 estão a ser sequestradas por identidades sociais e políticas existentes para politizar a pandemia e aumentar o racismo, a discriminação e o conflito”, referiu a investigadora.
Mimi E. Lam acrescentou: “A pandemia de COVID-19 lembra-nos que não somos imunes uns aos outros. Para nos unirmos numa luta contra a pandemia, é importante reconhecer a dignidade básica de todos e valorizar a diversidade humana que atualmente nos divide”.
“Só então, podemos promover a resiliência social e uma agenda COVID-19 ética. Isso abriria o caminho para outros desafios globais comuns cujos impactos são menos imediatos, mas não menos terríveis para a humanidade”.
A investigadora da Universidade de Bergen argumenta que as democracias liberais precisam de uma agenda política ética com três prioridades:
1. Reconhecer a diversidade dos indivíduos;
2. Negociar uma relação de compromisso e decidir;
3. Promover a adesão, confiança e conformidade do público.
Alguns “tipos de personalidade COVID-19” emergentes:
■ Negadores: os que minimizam a ameaça viral, promovendo os negócios como de costume.
■ Propagadores: os que desejam que o vírus se propague, para que se desenvolva a imunidade de grupo e se retome a normalidade.
■ Harmers (prejudicadores): os que tentam prejudicar os outros, por exemplo, cuspindo ou tossindo sobre os outros.
■ Realistas: os que reconhecem a realidade de um potencial dano e ajustam os seus comportamentos.
■ Preocupados: os que se mantêm informados e seguros para administrar suas incertezas e medos.
■ Contempladores: os que se isolam e refletem sobre a vida e o mundo.
■ Coletores: os que entram em pânico – compram e acumulam produtos para conter a insegurança que sentem.
■ Invencíveis: os que muitas vezes sendo jovens, acreditam ser imunes.
■ Rebeldes: os que desafiam as regras sociais que restringem as liberdades individuais.
■ Blamers (acusadores): os que descarregam os seus medos e frustrações nos outros.
■ Exploradores: os que exploram a situação pelo poder, lucro ou brutalidade.
■ Inovadores: os que projetam ou reaproveitam recursos para combater a pandemia.
■ Apoiadores: os que mostram a sua solidariedade em apoio aos outros.
■ Altruístas: os que ajudam os vulneráveis, idosos e isolados.
■ Guerreiros: os que, como os profissionais de saúde da linha de frente, combatem a dura realidade.
■ Veteranos: os já experimentaram os SARS ou MERS e obedecem voluntariamente às restrições.