Estudo clínico concluiu que a combinação de dois medicamentos, que envolve um agente de imunoterapia, pode tornar-se no novo tratamento de primeira linha para pacientes com cancro renal metastático.
Os pacientes que receberam o medicamento imunoterápico avelumab (Bavencio, nome comercial) mais axitinibe (Inlyta, nome comercial), um agente direcionado, tiveram uma vantagem significativa na sobrevida livre de progressão, (aumento de tempo sem progressão do cancro), em comparação com os pacientes que receberam sunitinib (Sutent), um medicamento direcionado que vem sendo usado com tratamento padrão para o carcinoma avançado de células renais, a forma mais comum de cancro renal.
“Os pacientes que receberam a combinação de medicamentos também tiveram uma maior taxa de resposta, ou seja, os tumores diminuíram mais, do que nos pacientes tratados apenas com sunitinib”, referiu Toni K. Choueiri, responsável pelo relatório sobre ensaio clínico de fase 3 publicado no New England Journal of Medicine e diretor do Lank Centre for Genitourinary Oncology no Dana-Farber Cancer Institute.
Mas para além das vantagens já demonstradas da nova terapia, os investigadores consideram que é necessário um acompanhamento adicional para mostrar se a terapia com os dois medicamentos prolonga a sobrevida, no seu todo, em comparação com o regime padrão usado.
Este ensaio clínico é o primeiro estudo fundamental a combinar o avelumab com um fármaco que tem como alvo o recetor do fator de crescimento endotelial vascular (VEGFR). Os bloqueadores de VEGFR, como o sunitinib e o axitinib, são desenvolvidos para combater os tumores, ao interromper o fornecimento de sangue. Os fármacos de imunoterapia, como o avelumab – que bloqueia um checkpoint imunológico chamado PD-L1 – funcionam ativando as células T imunes “exaustas” para que possam atacar com mais eficiência as células cancerígenas.
O ensaio clínico envolveu 886 doentes com carcinoma de células renais avançado, não tratado, e que durante o estudo foram aleatoriamente tratados com a combinação dos dois fármacos ou apenas com o sunitinib.
Os resultados deste estudo mostraram que a média de sobrevida livre de progressão – o período de tempo antes do cancro começar a piorar – foi de 13,8 meses no grupo tratado com os dois fármacos e 7,2 meses nos pacientes que receberam apenas sunitinib. Estes resultados verificaram-se especificamente em pacientes em que as células cancerígenas deram positivo para o checkpoint PD-L1 bloqueado pelo avelumab. A sobrevida livre de progressão para a população total (PD-L1 positivo ou negativo) foi semelhante: 13,8 meses versus 8,4 meses.
A proporção de pacientes cujos tumores diminuíram foi de 55,2% quando tratados com avelumab + axitinibe e 25,5% com sunitinib, nos pacientes positivos para PD-L1.