Um novo composto radiofármaco pode ser uma opção no tratamento para pacientes com cancro cervical avançado. A conclusão é de um estudo, liderado pelo investigador em oncologista de radiação, Charles Kunos, da Universidade de Kentucky, e publicado na revista “Frontiers in Oncology”.
Os resultados do estudo vêm validar que o radiofármaco 212Pb-DOTAM-GRPR1 pode ser útil no tratamento de cancro cervical persistente, recorrente ou metastático.
Para os especialistas é esperado que os radiofármacos desempenhem, no futuro, um papel cada vez mais importante no tratamento do cancro. Os radiofármacos fornecem radioterapia diretamente às células cancerígenas, reduzindo o risco de danos ao tecido saudável e resultando em melhores resultados de tratamento e menores efeitos colaterais em comparação com a radioterapia standard.
“À medida que os investigadores desenvolvem novos agentes radiofarmacêuticos, parte da validação clínica desses esforços é fornecer provas de que os alvos estão presentes nas células cancerígenas”, disse Charles Kunos, e acrescentou: “Este estudo garante que os ensaios clínicos usando este agente tenham a melhor possibilidade de sucesso, o que acabará por trazer estas terapias avançadas para o grande mercado de oncologia”.
Os radiofármacos requerem um alvo molecular para administrar a terapia aos tumores. Neste caso o 212Pb-DOTAM-GRPR1 tem como alvo o recetor do peptídeo fornecedor de gastrina, uma proteína expressa por células cancerígenas.
A equipa de investigadores avaliou tecidos de 33 tumores de mulheres com cancro cervical metastático. A maioria dos tecidos estudados superexpressa o recetor do peptídeo fornecedor de gastrina, sugerindo que o 212Pb-DOTAM-GRPR1 é uma terapia promissora para tratar a doença.
Com o decorrer de um ensaio clínico de fase 1, em curso, de 212Pb-DOTAM-GRPR1, o estudo, também, está a ajudar a disponibilizar a próxima geração de tratamento contra o cancro para os pacientes de cancro cervical avançado.