Atualmente não há tratamento para a atrofia geográfica, a forma “seca” avançada de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Esta é uma das principais causas de perda de visão entre pessoas com 65 anos ou mais. Mas cientistas consideram que a situação pode mudar nos próximos meses, dado que um novo medicamento mostrou que pode retardar a progressão da doença ocular.
Os cientistas indicam que se as agências dos medicamentos, como a FDA dos EUA, aprovarem o novo medicamento os pacientes passarão a ter uma nova esperança. Os dados mais recentes, sobre o novo medicamento, foram apresentados na 126ª reunião anual da Academia Americana de Oftalmologia de 2022.
A atrofia geográfica afeta a retina, uma parte do olho que envia informações ao cérebro para permitir a visão. A atrofia geográfica refere-se à área da retina onde as células definham e morrem. As regiões de atrofia resultam num ponto cego no campo visual. O novo medicamento chamado pegcetacoplan é conhecido como inibidor do sistema complemento, o que significa que tem como objetivo evitar a morte celular.
Os dados do estudo apresentado na reunião referem-se a dois ensaios clínicos de fase três que envolveram mais de 1.200 pacientes com DMRI seca em estágio avançado. Os pacientes foram randomizados em três grupos: um recebeu 15 miligramas de pegcetacoplan mensalmente; outro recebeu 15 miligramas a cada dois meses e o terceiro não recebeu nenhum tratamento. Os pacientes incluídos no estudo possuíam lesões subfoveais e não subfoveais.
Após um ano de tratamento, a área de atrofia reduziu de 16 a 18% em pacientes tratados a cada dois meses, e de 19 a 22 % com a dosagem mensal.
Ainda mais importante, o efeito pareceu acelerar ao longo do estudo de 2 anos, especialmente entre 18 meses e dois anos, com reduções de 25 a 29% com a dosagem a cada dois meses e de 24 a 36% com a dosagem mensal.
Os ensaios levados a cabo “representam o mais longo estudo de inibição do sistema complemento para reduzir a progressão da atrofia geográfica, disse o investigador principal”, Rishi P. Singh. “Os resultados são encorajadores tanto para pacientes como para médicos, dada a deficiência visual dessa condição e a falta de tratamentos eficazes”.
Embora os resultados sejam promissores, é importante que as pessoas com atrofia geográfica entendam que o novo medicamento não reverteu a perda de visão. Os investigadores lembram que, se o novo medicamento vier a ser aprovado pelas agências de medicamentos, a maioria das pessoas irá necessitar de tratamento durante um longo período.