Fármaco já existente pode tratar efetivamente uma condição de saúde que é potencialmente fatal e que está associada a cirrose e outras doenças crónicas do fígado, concluiu um novo estudo realizado por investigadores da Mayo Clinic, e já na revista Gastroenterology da American Gastroenterological Association.
Algumas terapias estão disponíveis para tratar algumas das formas de doença hepática, incluindo hepatite C e hepatite autoimune, mas as opções têm sido limitadas para o tratamento da hipertensão portal, uma condição que é uma hipertensão na veia porta que transporta sangue de órgãos abdominais para o fígado. A hipertensão portal está associada à cirrose e outras doenças crónicas do fígado.
Os investigadores da Mayo Clinic concluíram que um fármaco pode efetivamente diminuir a hipertensão portal, melhorando os sintomas e os resultados para esses pacientes. Os resultados foram obtidos a partir de estudos em modelos de ratos, mas Vijay Shah, investigador gastroenterologista da Mayo Clinic, confirmou que também já foram realizados estudos com amostras de fígado de humanos.
“Esta foi uma confirmação emocionante de nossas descobertas e sua aplicabilidade à doença humana”, referiu Vijay Shah. O fármaco “Sivelestat tem sido usado com segurança em humanos com lesão pulmonar aguda e displasia broncopulmonar. Isso sugere que o sivelestat e fármacos similares constituem um meio potencial para diminuir a hipertensão portal em pacientes com doença hepática crónica”.
O estudo da Mayo Clinic mostrou que depósitos de fibrina – coágulos sanguíneos microvasculares – contribuíram para a hipertensão portal, e células inflamatórias conhecidas como neutrófilos contribuíram para a formação de fibrina. Ao inibir a função neutrofílica com sivelestat, então há uma diminuição da hipertensão portal.
“Neutrófilos não tinham sido previamente identificados como importantes impulsionadores da hipertensão portal”, referiu Moira Hilscher, investigadora e primeira autora do estudo. Os resultados foram verificados em dois modelos diferentes de doença hepática crónica.
Moira Hilscher acrescentou: “O estudo abre caminho para o desenvolvimento de novas drogas e a reutilização de compostos existentes para combater a inflamação no fígado causada por forças mecânicas relacionadas à doença”, e concluiu que “dada a crescente prevalência de doença hepática avançada devido ao álcool e à obesidade, esta é claramente uma necessidade” que é necessário dar resposta.