O diagnóstico e o tratamento de cancros do sangue podem vir a ser melhorados. Cientistas australianos usam novas tecnologias. Os cancros do sangue afetam 1,24 milhão de pessoas em todo o mundo, e 720.000 morrem todos os anos de leucemia, linfoma ou mieloma.
O Center for Cancer Biology (CCB), uma aliança entre a University of South Australia e a SA Pathology, recebeu 1 milhão de dólares como parte de um projeto genómico nacional de 2,5 milhões de dólares, liderado pelo Walter and Eliza Hall Institute.
Uma equipa internacional de investigadores vai, com os apoio financeiro do Medical Research Future Fund, usar novas tecnologias para cruzar dados genómicos e acelerar o diagnóstico e o tratamento do cancro do sangue, ovário e mama.
Chris Hahn, do Laboratório de Investigação em Patologia Molecular do CCB, referiu que os investigadores vão concentrar-se em cancros do sangue, desenvolvendo novas e poderosas técnicas funcionais para identificar as variantes genéticas que são prejudiciais e as que são benignas.
“Na Austrália, todos os anos, cerca de 17.000 pessoas são diagnosticadas com cancro do sangue, e no mundo 1,24 milhões, e estimamos que cerca de 20% dos pacientes carreguem um componente herdado geneticamente. Embora possamos identificar com eficiência e precisão milhares de mutações ou variantes genéticas, o que não sabemos é se elas mutações causam cancro ou não. Este projeto ajudar-nos-á a fazer isso”, referiu Chris Hahn.
“Existe um termo chamado ‘odisseia diagnóstica’ em que as pessoas podem passar anos sem saber o que está a causar a sua doença. Usando tecnologias de última geração, poderemos medir o efeito de todas as mutações possíveis dentro de um gene e dar informação aos médicos para estes poderem interpretar esses dados para melhorar o tratamento do paciente”.
Tecnologias e conhecimento irá “acelerará o diagnóstico, poupará muito stress às famílias e tem o potencial de economizar milhões de dólares ao sistema de saúde”.
Chris Hahn disse que ao classificar corretamente as mutações genéticas que causam cancro, os médicos poderão fornecer tratamentos direcionados específicos de medicamentos, quando disponíveis, e gerir melhor os dados dos pacientes, incluindo aconselhamento genético à família.