Desde 2005 que todos os anos, na última sexta-feira do mês de setembro, os cidadãos são convidados a moverem-se no mundo da investigação científica. A investigação científica é o espaço e o caminho para a resolução de muitas das questões que gostaríamos de ver respondidas, para a resolução de muitos dos problemas contra os quais lutamos, para melhorar a nossa qualidade de vida ou simplesmente para satisfazer a nossa permanente curiosidade.
A Noite Europeia dos Investigadores é uma iniciativa da Comissão Europeia à qual, em 2016, aderiram mais de 250 cidades por toda a Europa. Em Portugal as cidades de Lisboa, Porto e Braga estão entre as cidades que oferecem uma grande variedade de atividades, tais como: visitas a laboratórios, workshops de ciência, debates com cientistas, mostras interativas, oficinas de diversão e aprendizagem, experiências “hands-on”, filmes e muitas outras formas de contacto com a ciência e os cientistas.
As atividades da Noite Europeia dos Investigadores, este ano sobre o tema ‘Ciência no dia-a-dia’, são destinadas a todos os cidadãos de todas as idades e de participação gratuita.
Noite Europeia dos Investigadores em Lisboa
Em Lisboa a programação é vasta, e o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa (MUHNAC-ULisboa) em conjunto com a Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, o ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa, vão promover mais de 90 atividades e envolver mais de 250 cientistas.
O MUHNAC-ULisboa vai abrir as portas às 18h00 até 24h00, mas para além do Museu e Jardim Botânico, as atividades vão decorrer na Praça do Príncipe Real e no Miradouro de São Pedro de Alcântara.
Na noite de 30 de setembro, no Museu e espaços anexos, vai poder participar em visitas guiadas a diversas exposições, como às de dinossauros, e visitas ao Jardim Botânico. Uma das visitas inclui a entrada nas galerias subterrâneas que ligam a Rua da Escola Politécnica ao Jardim de São Pedro de Alcântara. Esta visita, em parceria com o Museu da Água, vai dar a conhecer alguma “da história associada à água e jardins da sétima colina”, indica o MUHNAC-ULisboa.
No Jardim do Príncipe Real, os cientistas vão abordar “questões relacionadas com a saúde, como medição de tensão arterial, índice de massa corporal, a importância das ciências farmacêuticas na nossa atualidade e também muitas outras tecnologias e ciências sociais, e vão mostrar a investigação que fazem”, esclarece Raquel Silva do MUHNAC-ULisboa, citada em comunicado.
Ainda no Jardim do Príncipe Real “a nova emigração portuguesa” vai ser tema de conversa dinamizada por investigadores do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia – Instituto Universitário de Lisboa (CIES-IUL).
No Jardim de São Pedro de Alcântara o debate será “Ciência aberta, Inovação e Economia”, ou a política de ciência aberta. Um tema de grande impacto no mundo do ensino e da ciência, mas também em todos os setores industriais e na economia. A ‘ciência aberta’ (ou em inglês ‘open-access’) consiste em colocar os resultados da investigação científica disponíveis aos cidadãos, sem encargos, e por meios de fácil acesso, via web, com o objetivo de aumentar a circulação do conhecimento e provocar uma ‘revolução’ na inovação.
Ainda no Jardim do Príncipe Real e no Miradouro de São Pedro de Alcântara haverá um “atrativo programa cultural para festejar a ciência na cidade de Lisboa”, em destaque as “danças tradicionais europeias”, e para fechar o dia “um concerto de Isaura”.
Noite Europeia dos Investigadores no Porto
Na cidade do Porto as atividades da Noite Europeia dos Investigadores vão decorrer na Casa Andersen no Jardim Botânico. A partir das 18h00 e até às 24h00, são várias as atividades disponíveis e incluem “debates e palestras com especialistas em botânica e em gestão de informação digital, quizzes, jogos interativos, experiências sensoriais, nomeadamente recorrendo a realidade virtual, passando por várias atividades práticas até visitas orientadas ao Jardim Botânico do Porto”.
Uma noite em que será “possível interagir de perto com investigadores de todas as áreas do conhecimento, desde a física, até às ciências sociais, passando pela biologia e a matemática”.
Para a realização das atividades, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (UP) tem a colaboração de diversas entidades que incluem a empresa ALGAplus, o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens, o Laboratório de Biomecânica do Porto, da Faculdade de Desporto da UP, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, o Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, da Faculdade de Medicina da UP, o I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, o Centro de Investigação Transdisciplinar ‘Cultura, Espaço e Memória’, da Faculdade de Letras da UP, o CIBIO-InBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, UP, a Fundação de Serralves, a empresa YScience, o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, o Grupo de Investigação Morfologias e Dinâmicas do Território do CEAU – Centro de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura da UP e o Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes, da Universidade Católica Portuguesa, entre outros.
Noite Europeia dos Investigadores em Braga
Em Braga, a Escola de Ciências da Universidade do Minho está a preparar diversas atividades que vão decorrer no Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa. O programa do dia 30 de setembro é diversificado e as atividades são “pensadas para o público infantil, juvenil, adulto, para famílias e para grupos escolares”.
A iniciativa no Museu, em Braga, terá início às 16h00 e prolongar-se-á até às 24h00, “e incluirá dezenas de atividades que serão dinamizadas pelos docentes, investigadores e alunos da Escola de Ciências da Universidade do Minho e várias outras entidades locais promotoras de Ciência”.
O público é convidado “a ‘meter a mão na massa’ e a questionar-se sobre a ciência do dia-a-dia, mas também a participar em atividades ‘hands-on’, visitas orientadas a exposições, palestras, workshops, conversas com cientistas, sessões de observação solar e de estrelas, e muitas outras atividades em Ciência e Tecnologia”.
Pelas 21h30, a Escola de Ciências da Universidade do Minho, associando-se às comemorações do Ano Internacional das Leguminosas, vai fazer uma incursão sobre o papel fundamental que as leguminosas têm na segurança alimentar e nutricional, na adaptação às mudanças climáticas, na saúde humana e nos solos. Uma tertúlia a não perder.
Nestas atividades, a Escola de Ciências da Universidade do Minho conta com o apoio da Câmara Municipal de Braga, do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, da Sociedade Científica de Astronomia do Minho, do INIAV – Banco Português de Germoplasma Vegetal, do Mosteiro de Mire de Tibães e da CTEM Academy, como seus parceiros locais.