O ciclo temático “Música no Feminino” com sete concertos, de 23 e 28 de janeiro, tem como protagonistas mulheres artistas de diferentes culturas e expressões musicais, oriundas do Mali à China, passando pelo Irão, Alemanha e Portugal. Em janeiro o Grande Auditório da Fundação Gulbenkian “acolhe sonoridades tão distintas como a música mandinga de tradição oral, o canto tradicional persa, a música erudita, o fado ou a música eletrónica.”
No dia 23, pelas 21h00, Rokia Traoré, que tem discursado pela rejeição do papel tradicional da mulher na sociedade maliana e usa as suas canções para apelar a uma participação cada vez mais plena na vida do Mali, centra-se na tradição oral griot de contar histórias e intercala o relato do império mandinga com canções clássicas que retratam a história épica do povo de Rokia.
No dia seguinte, à mesma hora, as irmãs iranianas Mahsa e Marjan Vahdat dão a conhecer o reportório de música tradicional persa a que se têm dedicado nos últimos 20 anos. Impedidas de cantar a solo no Irão, também elas lutam pelo reconhecimento do lugar capital que as mulheres ocupam na música e na sociedade iranianas.
A 25 de janeiro, pelas 21h00, a noite é de Aldina Duarte, cujo fado é, também ele, atravessado por reflexões em torno do lugar da mulher, das expectativas em relação ao seu papel social, à sua beleza, à sua juventude e à sua dependência. Acompanham a fadista neste concerto único e imperdível, Carlão, ex-vocalista e letrista dos Da Weasel, e o pianista Filipe Raposo.
O concerto de 27 de janeiro, às 12h00 e às 17h00, conta com a violinista alemã Carolin Widmann, que em 2013 foi eleita Músico do Ano nos International Classical Music Awards, como solista, e a direção da Orquestra Gulbenkian fica a cargo de Tianyi Lu, uma jovem artista que tem vindo a afirmar-se em todos os continentes, nomeadamente como maestrina assistente da Sinfónica de Melbourne. O programa inclui obras de Mendelssohn e o Concerto para Piano em Sol Maior, de Ravel, com a pianista Varvara.
Para terminar, a 28 de janeiro, jornada dupla da pianista Joana Gama. Às 19h00, com um recital dedicado ao compositor catalão Federico Mompou, e às 21h30, acompanhada de Luís Fernandes e músicos da Orquestra Metropolitana de Lisboa, com o projeto at the still point of the turning world, título emprestado pelo poema de T. S. Eliot, Burnt Norton, que cruza piano, eletrónica e música orquestral.