O Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 2006 na megametrópole brasileira de São Paulo, a maior cidade lusófona do mundo, assume-se desde a primeira década do séc. XXI, como a casa comum da vasta comunidade formada por todos os povos e nações que compartilham a cultura e a língua de Camões.
Desde a sua origem, o único Museu de Língua Portuguesa do mundo tem como missão e objetivos valorizar a diversidade da língua portuguesa, celebrá-la como elemento fundamental e fundador da cultura, e aproximá-la dos falantes do idioma em todo o mundo.
Um idioma que é atualmente dos mais falados à escala planetária, abrangendo a língua oficial de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, e que desde 2010 foi sancionado como a terceira língua oficial da Guiné Equatorial. Como destacam os organizadores da obra “A Língua Portuguesa no Mundo – Passado, Presente e Futuro”, a língua de Camões ocupa hodiernamente um dos lugares cimeiros na lista dos idiomas que ostentam uma dimensão mundial, assim como um incomensurável potencial de expansão.
As singulares características linguístico-culturais e a diversidade dos públicos-alvo do Museu de Língua Portuguesa, que praticamente numa década recebeu cerca de quatro milhões visitantes, sofreram um duro revés no ocaso do ano de 2015, quando um incêndio de grandes proporções atingiu o edifício do espaço museológico situado no complexo da Estação da Luz.
No entanto, a enorme onda de solidariedade que se gerou a nível mundial, e em particular lusófona, tem permitido desde a fatídica data encetar um processo sustentado de reconstrução, que está a procurar contribuir decisivamente para o alargamento do estudo, preservação, valorização e divulgação da cultura e língua portuguesa.
Estimando a reabertura do Museu de Língua Portuguesa no próximo ano, os responsáveis da sua reconstrução, de acordo com recentes declarações públicas, asseguram que o espaço museológico será modernizado com várias novidades tecnológicas e interativas, mantendo simultaneamente a sala de exposições temporárias, e a icónica Praça da Língua e o Auditório.
Autor: Daniel Bastos, Historiador e Escritor