Dia 21 de abril de 2018 às 15h00 há uma oportunidade excecional para visitar as reservas que fazem parte do Mosteiro de São João de Tarouca. Um momento para os participantes na visita poderem reviver 20 anos de intervenção e reabilitação do complexo monástico.
De lembrar que a escavação, uma das maiores em território nacional, decorreu entre 1998 e 2007 e esteve na génese do que é hoje o multipremiado Projeto Vale do Varosa.
A visita, guiada por Luís Sebastian, arqueólogo corresponsável pela intervenção, está também integrada no Ano Europeu do Património Cultural e nas comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios que é assinalado a 18 de abril.
O Mosteiro de São João de Tarouca, que é o primeiro da Ordem de Cister a ser construído em Portugal, foi fundado em 1140, pelo ainda conde Afonso Henriques. A construção começou em 1154 e o complexo monástico viria a ser largamente ampliado no século XVII e XVIII com a construção de novos edifícios, de entre os quais se destaca um novo e colossal dormitório.
Em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas em Portugal, a igreja foi convertida em igreja paroquial e as dependências monásticas foram vendidas em hasta pública, sendo os edifícios explorados como pedreira até aos inícios do século XX.
A igreja foi classificada em 1956 como Monumento Nacional, e esta proteção foi em 1978 estendida a todo o conjunto. Em 1996 o Estado iniciou um processo gradual de aquisição de toda a área monástica, e em abril de 1998 foi dado início à escavação arqueológica.
Dois anos depois de ter terminado a escavação em 2007 teve início o projeto Vale do Varosa, que passou a integrar, além de São João de Tarouca, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas e, já no concelho de Lamego, também cisterciense, e o Convento franciscano de Santo António de Ferreirim.
As principais linhas estratégicas do projeto Vale do Varosa foram a recuperação do edificado, a musealização do património móvel e imóvel, a instalação de centros de acolhimento e interpretação, a criação de uma imagem personalizada, a abertura ao público com funcionamento em rede e o desenvolvimento de ações de divulgação conjunta.
Em abril de 2014 juntaram-se ao Vale do Varosa outros monumentos: a Ponte Fortificada de Ucanha e a Capela de São Pedro de Balsemão. Estes monumentos passaram a integrar um projeto que desde o seu início teve como objetivo o alargamento da rede, potencializando a valorização do conjunto.
Estão criadas as condições para que o conjunto de monumentos em rede afirmem a região como destino cultural de referência tendo na base os mosteiros cistercienses. Mosteiros que foram uma peça fundamental no reconhecimento da região duriense desde 2001 como Património da Humanidade.