As mortes por cancro atingiram um número superior a 23 milhões, em todo o mundo em 2019. Em 2010, o total de mortes por cancro era de 8,29 milhões e os novos casos de cancro eram de 18,7 milhões. Dados de estudo científico do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME, sigla em inglês) da Escola de Medicina da Universidade de Washington, mostram que se verificaram aumentos de 20,9% e 26,3%, respetivamente, até 2019.
Os dados do estudo foram publicado a 30 de dezembro de 2021 na JAMA Oncology e fazem parte do Estudo de Carga Global de Doenças, Lesões e Fatores de Risco 2019 (GBD 2019).
Os investigadores descobriram que o cancro estava apenas atrás das doenças cardiovasculares em número de mortes, anos de vida ajustados por incapacidade e anos de vida perdidos entre os 22 grupos de doenças e lesões em todo o mundo em 2019.
Dentro da carga total de cancro, as cinco principais causas de incapacidade relacionadas com o cancro para ambos os sexos foram: o cancro da traqueia, brônquio e pulmão; cancro de cólon e reto; Cancro de estomago; cancro de mama; e cancro de fígado. O cancro da traqueia, brônquios e pulmões foi a principal causa de mortes por cancro em 119 países e territórios, para homens, e 27 países e territórios, para mulheres.
O IHME refere que embora a carga absoluta de cancro tenha aumentado, tanto em mortes quanto em novos casos de 2010 para 2019, as taxas globais de mortalidade e incidência padronizadas por idade diminuíram 5,9% e 1,1%, respetivamente.
Por países verifica-se que a taxa de mortalidade padronizada por idade diminuiu em 131 países e territórios e a taxa de incidência padronizada por idade diminuiu em 75 países e territórios,
Os investigadores consideram que os pequenos declínios percentuais em todo o mundo são promissores, mas alertam que pode haver retrocessos no tratamento e nos resultados do cancro devido à pandemia da COVID-19. Também consideram que mesmo sendo a tendência global para taxas de mortalidade e incidência padronizadas por idade encorajadora, a redução nas taxas parece ser impulsionada por localizações mais altas de Índice Sociodemográfico.
“Garantir que o progresso global contra a carga do cancro seja equitativo é crucial”, disse Jonathan Kocarnik, principal autor do estudo, citado pelo IHME. “Isso exigirá esforços para reduzir as disparidades na prevenção, tratamento e sobrevivência do cancro, e a incorporação das necessidades e conhecimentos locais em planos nacionais de controlo do cancro sob medida”.
O estudo mostrou que:
■ O cancro de mama foi a principal causa de mortes relacionadas ao cancro entre mulheres em todo o mundo, incluindo em 119 países.
■ Numa escala global, 96,9% dos anos de vida ajustados por incapacidade relacionados ao cancro, que é a soma de anos de vida perdidos e anos vividos com deficiência, podem ser atribuídos a anos de vida perdidos ou morte prematura.
■ Dos 22 grupos de doenças e lesões no estudo, o cancro é a principal causa de perda de dias por incapacidade.