A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, já lamentou a morte do artista Manuel Amado, arquiteto de formação mas com um percurso que foi dos mais singulares e coerentes da pintura portuguesa. Autor de uma obra que está, hoje, representada em quase todas as grandes coleções nacionais de pintura.
“O seu olhar sobre o país e a passagem do tempo, rigoroso na representação da luz e das sombras, formou um modo de ver Portugal e, muito em particular, a cidade de Lisboa onde nasceu” a 13 de junho de 1938. A representação vista pelo pintor era “erguida a partir de uma memória ao mesmo tempo real e profundamente afetiva”.
“Com uma ligação pessoal e familiar às artes cénicas, foi graças à sua obra pictórica, vasta e imediatamente reconhecível, que se afirmou como um dos pintores mais emblemáticos da arte contemporânea portuguesa, com um trajeto sempre diverso e diferente das correntes dominantes”, escreveu Graça Fonseca.
Filho do autor, encenador e ator Fernando Amado, fundador da Casa da Comédia e do Teatro Ginásio, e ele próprio ator nos seus anos de estudante, onde colaborou com António Manuel Couto Viana. Manuel António Sotto-Mayor da Silva Amado foi também “um pintor do tempo e dos ritmos próprios das artes cénicas”.
Manuel Amado estudou no Colégio Moderno onde desenvolveu um forte interesse pelo teatro, literatura, desporto, pelo desenho e pintura. Durante o Curso de Arquitetura colaborou como autor no Teatro Universitário de Lisboa, e como já como arquiteto trabalhou no Gabinete de Obras da Aeronáutica Civil. Como pintor participou em várias exposições individuais e coletivas.