Luís Amaro que nasceu em Aljustrel, em 1923, morreu. O poeta estreou-se aos 12 anos no semanário Ala Esquerda, de Beja, tendo editado, em 1949, o volume Dádiva, que foi reeditado com outros poemas, em 1975, sob o título de Diário Íntimo.
O poeta que está representado em várias antologias, a primeira das quais é de Jorge de Sena, em 1958, foi sempre discreto, tendo-se correspondido com alguns dos maiores escritores do Séc. XX. Um espólio que veio a doar ao Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional.
Entre 1951 e 1953, codirigiu com os poetas António Luís Moita, António Ramos Rosa, José Terra e Raul de Carvalho, a revista Árvore, subscrevendo, no n.º 1, em “A Necessidade da Poesia”, a liberdade e a isenção como imperativos da escrita poética. Este “ir até-ao-fim das possibilidades criadoras e expressivas”, como defendeu, definiu-o sempre.
Em meados de 1970, ao serviço da Colóquio, Luís Amaro ingressa nos quadros da Fundação Calouste Gulbenkian, onde foi Secretário da Redação, Diretor-Adjunto e Consultor Editorial.
Ao longo de décadas, colaborou com poesia nas mais diversas publicações – Portucale, Atlântico, Seara Nova, Távola Redonda – e também em prosa no suplemento Artes e Letras, do Diário de Notícias.
O Ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, lamentou a morte de Luís Amaro referindo, em comunicado, que era dotado de “uma cultura extraordinária”, e que “foi sempre rigoroso e atento à investigação sobre a vida literária portuguesa.”