Cerca de 3 mil polícias, por turno, garantiram a segurança da cidade de Lisboa durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), referiu, esta manhã, o Diretor Nacional da Policia de Segurança Pública, Manuel Augusto Magina da Silva. Os reforços vieram de vários pontos do país bem como das escolas de polícia.
“Estes reforços vieram não só para os eventos mas também para garantir um policiamento de saturação da cidade de Lisboa, para prevenir ameaças e riscos que pudessem afetar de forma grave a massa humana de peregrinos que se deslocou para Lisboa. Não houve qualquer impacto negativo na criminalidade nos índices de criminalidade dos outros comandos de Lisboa que enviaram o reforço para Lisboa”, referiu Magina da Silva.
Para além dos eventos da JMJ o responsável pela PSP lembrou: “De 1 a 6 de agosto decorreram 90 eventos paralelos em 90 locais diferentes com mobilizações diversas desde 50 mil a 1.500 pessoas mas que todos exigiram a atenção policial e todos tiveram presença policial” para além dos “três locais dos três grandes eventos: o Parque Eduardo VII, O parque Trancão/Tejo e o Passeio Marítimo de Algés”
Sobre número de ocorrências ou de criminalidade associada à Jornada Mundial da Juventude, Magina da Silva, referiu: “Não ocorreram quaisquer ofensas corporais graves contra qualquer um dos peregrinos que esteve em Portugal. Não ocorreu a morte de qualquer peregrino resultante de uma ação criminosa”.
Sobre uma morte de uma peregrina, Magina da Silva, referiu: “Temos a lamentar efetivamente a morte de uma cidadã por uma queda numa casa de acolhimento”, e “ houve o atropelamento de uma outra cidadã que não ocorreu junto aos eventos nem no contexto dos eventos nas áreas de restrição de automóvel que criamos”.
Ao todo “registamos 149 crimes associados à Jornada Mundial da Juventude, 129 contra a propriedade, já sabíamos que isso iria acontecer, esta grande massa de gente atrai os amigos do alheio e nomeadamente os carteiristas” o que para a polícia era “normal e expetável”.
Para minimizar o impacto dos carteiristas “recorremos ao projeto da Europol relacionado com a colaboração de polícias orientadas exclusivamente para o carteirismo” e nesse âmbito “tivemos cá, 9 polícias doutros países para nos ajudar a identificar os carteiristas estrangeiros”.
Uma colaboração que deu frutos descreveu Magina da Silva: “Há um caso de sucesso em que uma cidadã a quem furtaram, sem que ela desse conta, cerca de 5 mil euros em numerário e objetos, que foi presenciado por esta equipa multidisciplinar, – nossa e de polícias estrangeiros-, o carteirista foi detido em flagrante delito e depois fomos ter com a cidadã dizendo-lhe que lhe tinham furtado um conjunto bens, aí viu que os bens eram seus. Não foi preciso grande papelada pois foi presenciada pelos polícias e imediatamente foi devolvido à senhora todos os seus bens que tinham sido furtados minutos antes”.
“Dos 129 crimes contra a propriedade: 4 contra a integridade física simples, isto significa que não houve qualquer internamento, não houve qualquer lesão grave, 4 contra a vida em sociedade, 8 relacionados com consumo ou trafego de droga e 4 contra a segurança nas comunicações”.
Uma das preocupações da PSP era o número de milhares de autocarros esperados em Lisboa e a Magina da Silva designou por “o bruxedo dos autocarros”, referindo: “Estávamos todos bastante receosos do impacto que poderia ter na cidade de Lisboa o número de autocarros que iriam chegar a Lisboa e efetivamente foi uma agradável surpresa porque os autocarros não tiveram qualquer impacto na vida e no transito de Lisboa, e porque subestimamos a capacidade do mercado se organizar e dos peregrinos se organizarem visando esquemas de funcionamento mais eficazes e mais económicos”.
Outra das preocupações estava relacionada com os fluxos de peregrinos mas “a polícia de segurança pública tem grande experiencia de grandes eventos mas ninguém pode dizer que tinha experiência que envolvesse tanta gente ao mesmo tempo. Fluxos enormes de pessoas em que a realidade ultrapassa a expetativa, e foi o que aconteceu. Tivemos algum stress no evento no (Parque) Trancão/Tejo, no primeiro dia, em que devido ao calor houve várias pessoas que se sentiram mal”.
Para a entrada no recinto “foram definidos quatro níveis destintos de revistas pessoais de controlo de acesso aos recintos e esses níveis estavam obviamente relacionados a pressão que poderia haver sobre os pontos de revista foi exatamente o que se esperou mas em altura nenhuma deixou de haver revistas pessoas de acesso ao recinto, tivemos situações em que foi o nível 4 o nível mais seletivo e por indícios comportamentais ou alguém ter uma roupa que não se adequa ao calor sentido” descreveu o Diretor Nacional da Policia de Segurança Pública.