Os dois submarinos que entraram ao serviço da Marinha Portuguesa em 2010 vão ser submetidos à primeira revisão intermédia de manutenção. Esta manutenção é considerada indispensável para que os submersíveis mantenham a disponibilidade operacional.
Os encargos com revisão intermédia de manutenção são de 47,99 milhões de Euros, e o processo de contratação da prestação de serviços já foi autorizado pelo Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes.
As revisões de manutenção dos dois submarinos da classe ‘Tridente’ encontram-se previstas no programa de manutenção do ciclo de vida dos submarinos e as verbas foram consideradas na Lei de Programação Militar.
As revisões vão ser realizadas de forma faseada e os contratos são específicos para cada submarino. O objetivo “é garantir um maior acompanhamento e fiscalização dos processos técnicos, bem como uma melhor verificação do cumprimento das obrigações contratuais”, indica em comunicado o MDN.
O submarino ‘Tridente’ será submetido à manutenção entre 2016 e 2018, para um valor máximo de encargos de 23.99 milhões de euros, e a manutenção do submarino ‘Arpão’ no valor máximo de encargos de 24 milhões de euros e decorrerá entre 2018 e 2020.
Os trabalhos de revisão intermédia de manutenção vão ser realizados pela empresa Thyssenkrupp Marine Systems GmbH (TKMS), dado ter sido esta a construtora dos submarinos e deter o conhecimento exclusivo de determinadas áreas tecnológicas dos submarinos Tipo 209PN.
O MDN indica que sendo a TKMS “a única entidade habilitada e com capacidade para realizar todos os trabalhos necessários de manutenção”, o procedimento aplicável para a contratação “é o da negociação sem publicação de anúncio público” e para o efeito o Ministro “delegou no Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Luís Macieira Fragoso, as competências para proceder à condução e efetivação de todos os atos do respetivo procedimento de contratualização”.
“A TKMS e o Arsenal do Alfeite, S.A. encontram-se a desenvolver um trabalho conjunto, cujo objetivo central consiste em capacitar a empresa portuguesa para desenvolver trabalhos de reparação e manutenção dos submarinos Tipo 209N”, indica o MDN.
Dada a cooperação em curso entre as duas empresas, a TKMS e o Arsenal do Alfeite, S.A., o MDN perspetiva que a empresa portuguesa “participe na primeira revisão intermédia do ‘Tridente’, e que a “revisão intermédia do ‘Arpão’, a realizar-se a partir de 2018, possa ser já efetuada em território nacional, nos estaleiros do Arsenal do Alfeite”.
Os dois submersíveis da classe ‘Tridente’ possuem uma guarnição de apenas 33 tripulantes devido ao elevado nível de automatismos o “que reduz consideravelmente os custos de operação, conseguindo uma autonomia de 60 dias”.
Os submarinos têm vindo a ser utilizados em diversas missões de vigilância da área marítima de interesse nacional e participado em diversos exercícios nacionais e internacionais. O ‘Tridente’ já navegou cerca de 5.103 horas, com 3.371 horas de imersão e já percorreu 24.097 milhas náuticas. O ‘Arpão’ já navegou cerca de 6.000 horas, com 5.000 horas de imersão e já percorreu 25.000 milhas náuticas. Este submarino participou também em exercícios no âmbito da NATO, incluindo a participação na Operação ‘Active Endeavour’, que decorreu no Mar Mediterrâneo.