Quando está em curso a nomeação da Presidência da Comissão Europeia e o consequente processo da nomeação do Comissários, a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, pede para que a água seja uma prioridade na agenda da Comissão nos próximos anos.
A carta, dirigida à Comissão Europeia, em que é primeira proponente Graça Carvalho, também já foi subscrita por mais 20 Estados-Membros, apela ao reforço da resiliência e segurança hídrica na União Europeia (UE). Um compromisso que deverá ser materializado através de ações abrangentes a nível da UE, incluindo financiamento adequado e eficaz, promoção da inovação, processos de tomada de decisão baseados em evidências e o reforço da cooperação internacional.
O documento dá destaque ao aumento da frequência e intensidade das secas, cheias e escassez hídrica em todo o território europeu. Dados da Agência Europeia do Ambiente indicam que cerca de 20% do território e 30% da população europeia sofrem, todos os anos, de stress hídrico. O custo económico associado é estimado em 9 mil milhões de euros anuais, podendo atingir os 65 mil milhões de euros até ao final do século, sem sequer contabilizar os danos ambientais.
A iniciativa sobre a água, liderada por Portugal faz apelo a uma maior articulação europeia na gestão da água, considerando todas as suas dimensões: recursos hídricos doces e salgados, proteção dos ecossistemas, consumo humano, agricultura, energia e indústria.
Para a Ministra do Ambiente e Energia é crucial o reforço do papel do conhecimento, da tecnologia e da inovação nas políticas para a água, assim como o investimento em planeamento integrado, ferramentas de gestão e monitorização.
“Este documento sublinha a importância da investigação científica e a necessidade de um reforço de financiamento nestas áreas, através de instrumentos financeiros tradicionais, mas também através de formas inovadoras, que possam mobilizar o investimento privado“, referiu Maria da Graça Carvalho, citada em comunicado do Ministério do Ambiente e Energia.
Entre os atuais subscritores da carta à Comissão Europeia estão para além de Portugal outros 20 países, nomeadamente: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Espanha, França, Grécia, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia e Roménia.