Militares turcos começaram por cortar ao trânsito a ponte sobre o Bósforo e ocuparam os acessos ao aeroporto internacional de Istambul, utilizando tanques de guerra. Soldados foram colocados em pontos considerados estratégicos nas cidades de Istambul e Ancara.
Durante várias horas, aeronaves de combate e helicópteros sobrevoaram as cidades, havendo registo de diversos tiroteios e explosões ao longo da noite até à madrugada de hoje.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que estava fora do país, em férias, apareceu em direto numa emissão da CNN Turk, através do envio de uma mensagem vídeo por telemóvel, para denunciar a tentativa de golpe atribuindo a responsabilidade do mesmo a “um grupo minoritário”, partidários do imã Fetullah Güllen.
Por sua vez, o Primeiro-Ministro turco, Binali Yildirim, referiu, através da televisão NTV que alguns militares estavam a querer levar a cabo um golpe de Estado, e apelou ao povo turco para lutar pela liberdade e sair para a rua, ocupando-a, para impedir o avanço dos militares.
Recep Tayyip Erdogan regressou à Turquia na madrugada de hoje, e ainda no aeroporto de Istambul declarou à imprensa que o que aconteceu foi um “presente de Deus”, e garantiu que “o Exercito será limpo”.
“Peço à nossa nação para tomar as ruas e os aeroportos das nossas províncias. Vamos reunir a nação no aeroporto e deixar que a minoria venha com os seus tanques e artilharia impedir as pessoas de o fazer”, disse Erdogan.
O balanço provisório das autoridades turcas, referido pelas agências noticiosas, aponta para cerca de 200 mortos e mais de 1500 feridos, bem como para a detenção de mais de 1500 militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
A União Europeia, através dos Presidentes da Comissão Europeia, do Conselho e da Alta Representante, emitiram uma declaração referindo que a “UE apoia plenamente o governo democraticamente eleito, as instituições do país e do Estado de Direito”.
O Secretário-Geral da NATO, sobre os acontecimentos na Turquia, referiu, em declaração, que pediu às autoridades “calma e contenção, e o pleno respeito pelas instituições democráticas da Turquia e pela sua constituição”.