Um novo estudo estima que 11,1 mil milhões de peças de plástico estão depositadas ao longo de recifes de corais em toda a Ásia-Pacífico, plásticos que estão a aumentar o risco de doença do coral de 4% a 89%, em alguns casos.
Embora milhões de toneladas de resíduos plásticos entrem no oceano por ano, os efeitos resultantes para a saúde dos corais são desconhecidos.
Há mais de 275 milhões de pessoas que dependem dos recifes de corais para alimentação, proteção costeira, rendimento do turismo e importância cultural, pelo que moderar os riscos de doenças no oceano é fundamental.
Joleah Lamb e outros elementos da equipa de investigadores visitaram 124 mil corais de construção de recifes em mais de 150 recifes na região Ásia-Pacífico entre 2011 e 2014.
Os investigadores encontraram plástico num terço dos recifes de coral investigados, e verificaram que os recifes perto da Indonésia se encontram carregados com maiores concentrações de peças de plástico e os recifes australianos com menor concentração.
A presença de plástico foi associada a um risco 20 vezes maior de doença em geral, particularmente a doença de banda erosiva esquelética, síndromes brancas e doença de banda preta.
Os autores do estudo publicado, hoje, 26 de janeiro, na revista ‘Science’ citam investigações anteriores que descobriram que os detritos plásticos podem colocar em stress o coral induzindo a privação de luz e oxigénio, dando assim aos patógenos um ponto de apoio para a invasão.
Joleah Lamb e equipa descobriram que alguns tipos de coral eram mais suscetíveis ao plástico que outros. Por exemplo, os detritos de plásticos foram oito vezes mais propensos a ser encontrados em corais de recife com maior complexidade estrutural (por exemplo, exibindo estrutura tabular ou ramificada).
Com base nas projeções de entrada de resíduos de plástico no oceano, os autores sugerem que o número de itens plásticos que se encontra nos corais da Ásia-Pacífico pode aumentar de 11,1 mil milhões para 15,7 mil milhões de peças de plásticos até 2025.