A longa história do Teatro São João remonta a 1798, ano de inauguração do “velho” Real Teatro, mencionado amiúde como o “primeiro teatro da cidade” do Porto. Durante mais de 100 anos foi a “menina dos olhos” da sociedade portuense, até que, na noite de 11 para 12 de abril de 1908, foi consumido por um incêndio. A Invicta, não conformada, teve de esperar até 7 de março de 1920 pela conclusão da sua reconstrução, data em que foi inaugurado o “novo” São João, sucessor e continuador não só em nome, mas também na atividade. É neste mesmo espaço que, passados mais de dois séculos, terá lugar uma mesa-redonda que visa resgatar a “chama” do património do Real Teatro de São João.
A iniciativa, integrada no conjunto de ações (adiadas por força da pandemia) que encerram agora o Centenário, irá recordar a arte que deu vida ao Real Teatro – da ópera à dança, dos concertos ao teatro declamado –, um espaço que foi além das atividades que acolheu dentro de portas, já que não só “civilizou a cidade” como também foi instrumental no seu desenho urbanístico. A mesa-redonda O Real Teatro de São João tem como “rastilho” o livro O Velho Teatro de S. João (1798-1908): Teatro e Música no Porto do Longo Século XIX, uma edição do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da NOVA FCSH, com o apoio do Teatro Nacional São João (TNSJ).
A visão interdisciplinar sobre aspetos da vida do Real Teatro será assegurada pelas coordenadoras da obra, Luísa Cymbron e Ana Isabel Vasconcelos, a quem se juntarão em debate o arquiteto Luís Soares Carneiro e os professores José Camões (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) e Pedro Couto Soares (Escola Superior de Música de Lisboa).