Lisboa passou a ter, a partir de 17 de junho, um memorial às vítimas de homofobia, lesbofobia e transfobia. A obra da autoria do escultor Rui Pereira está instalada no Jardim do Príncipe Real, consiste numa referência a duas portas e à liberdade de as transpor.
A iniciativa partiu das organizações ligadas às vítimas de homofobia, Lesbofobia e transfobia que acolheu o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia da Misericórdia. A escultura reflete a necessidade de uma permanente lembrança das vítimas e da defesa permanente da liberdade em todas as condições.
Na inauguração Rui Pereira indicou que a obra tem como objetivo lembrar o percurso passado da luta pela liberdade, mas que também nos remete para uma reflexão sobre o presente e o futuro. Para o escultor a iniciativa é ainda uma forma de levar a arte ao público.
A obra baseia-se num conceito simbólico de portas abertas e da necessidade de serem transpostas. “Um recanto de reflexão em torno dos diretos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito”, pode ler-se na legenda frente ao memorial.
Carla Madeira, Presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, presente na inauguração, referiu que logo que surgiu a ideia a Junta de Freguesia deu todo o seu apoio, e afirmou: “Sabemos que a igualdade depende de todos, e para nós é importante termos esta escultura aqui no Jardim. Assim que alguém chega ao Jardim sabe que praticamos a igualdade e a tolerância, e as valorizamos.”
João Carlos Afonso, Vereador do Pelouro dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, referiu na inauguração do Memorial, que não basta haver liberdade, mas é necessário termos liberdade de ser, e isso implica sermos tolerantes e aceitar as diferenças.
A inauguração de uma obra é um momento para relembrar uma história, uma memória, indicou o Vereador, e que as portas representadas nesta obra de Rui Pereira são portas para o futuro para permanentemente mos lembrar as portas que temos de abrir e a liberdade que temos de construir.